domingo, 30 de junho de 2019

Emoções

Emoções, ilha, mar, praia

Emoções

Nesta ilha, 

As aves voam confiantes... 
Nas asas protetoras de Deus. 

As alturas respondem
Aos desejos de quem voa.

O seu entendimento 
Desconhece as milhas 
Que distanciam o tempo.

Sou como uma ilha!
Deserta e misteriosa.
A emergir de emoções.

Às vezes, tímidas tristezas
Também as sinto na alegria.

Curvada de pensar se assim é,
Ó ilha misteriosa! Apresentei-me.
Poucos me conhecem. Serei um farol?  

                                                                 G.L.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_ A vida

A vida

A vida sem perda e frustrações é quase impossível. Todos as sentem. Mais cedo ou mais tarde, elas surgem. Ás vezes do nada. Sem se esperar. Outras vezes, reconhecem-se que aconteceram sem nos apercebemos. Talvez seja o melhor. Ou não?...

Felicidade era alegre. Mesmo quando chorava. Vivia a vida com intensidade. Era honesta. Até quando pernoitava no hospital, no leito em que aguardava melhoras rápidas. Sempre rápidas. Jamais deixou de sonhar. Até quando tinha pesadelos e acordava em suores frios. Dialogava imenso. Sobretudo consigo própria, e muito mais ainda se se sentia cercada pela solidão. Considerava-a de alento para a caminhada.

Os cabelos embranquecem. Mas a juventude continua na sua mente e no seu espírito. Contavam-se inúmeras experiências, umas pareceram fora do comum, únicas, bem interessantes, outras, proporcionaram aprendizagens que a própria valorizava melhor do que ninguém. São como as suas, não é verdade?...

Amava a família. Respeitava-a imensamente. Mesmo naquelas situações que não sentia ser compreendida. É assim que amava. Agradecia muitíssimo, apesar de certas coisas não correrem tão bem como desejaria no seu entendimento. 

Amava a simplicidade. A brisa da manhã no rosto com os raios do sol a taparem-lhe a vista como se fosse sufocada com tanta luz nos olhos. Os salpicos da água da mangueira que formavam um arco-íris. Magnífico! E a geada?... Fria e gélida. O cheiro da terra molhada após muito tempo árida. E o cheiro do ar, se então chovia pelo verão. Eram muitos os motivos que faziam sorrir a sua alma com grandes emoções. E tudo era pequeno, passageiro... Instantâneo. Mas ria. Ria até dos disparates que pensava...

Sempre feliz. Desistir era a palavra rara. Jamais. As deceções também ocorriam, mas continuava firme aos seus ideais com coragem. Dúvidas, lágrimas e alegrias, tivera-as. Mas soubera compartilhá-las com os amigos. Alegrava-se com o dia, mas também refletia na beleza da noite. O sono era o senhor do momento respeitoso que tudo curava. E agradecimentos? Sempre dava graças por si e pelos outros. 

                                                                                                                                             G.L. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

É seu

Preenchido por ouro
É seu

É seu!
Um recanto doirado
Preenchido por ouro.

Existe
Desde a sua construção inicial.
Muito profundo,
O maior de todos os demais!

Pare.
Encontre-o
Se não acredita nestas palavras.

Há beleza,
Harmonia,
Integridade,
Serenidade...

Caminhos fiéis
Tudo o que precisa
Da profundeza amorosa de si.

                                                      G.L.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_Soalheira e ventosa

Soalheira e ventosa... 

Soalheira e ventosa, mas cativante de dimensões pequenas. Assim se descreve. Os jardineiros cuidam do seu jardim e os calceteiros cuidam da sua rua após alguns dias. Aguardava-se a sua chegada. É com determinado cuidado e escolha que vão encaixando cada pedra no seu devido lugar. Assim parece ser. Os joelhos aconchegam-se. Determinam a posição, aparentemente menos incansável de quem passa horas seguidas ajoelhado, apenas movendo o tronco corporal como uma sineta em alerta... E trabalha-se com pensamentos a boiar à tona da superfície da cabeça, ou dentro dela? Eu caminho. Sigo os detalhes da arte desenhada no chão. 

Mais adiante, os lenhadores destroem o verde com pesadas máquinas. Deitam as árvores abaixo. Deixam-lhes as raízes agarradas à terra com o resto do tronco. O espaço é fechado. Seguem ordens que se dizem projetadas para o futuro. Qual futuro? Argumenta-se que para a sua segurança e a minha, assim passou a ser. É como uma lagoa que tem tanto de tamanho como de profundeza. Não se vê? Sim, vê-se. Ou melhor, via-se. A partir desse dia passou-se a ver mais prédios. E como são altos. São necessários. Sempre lá estiveram. E as árvores? Aquelas que já estavam lá. A sombra com cheiro a verde. Pois. Essa, desapareceu?... O abafo das temperaturas elevadas que com leveza murmuravam ao som das folhas. E as aves a chilrear com milagres para contar. Para onde teriam ido? O espaço está mais aberto, mais amplo... mas algo se fechou desde esse último dia.

Dona Mariana do dia para a noite sentiu-se incrédula. As aves a quem tomava por amigas fiéis... que seriam delas? Saberiam encontrar os grãos de arroz e migalhas de pão que eram depositadas no telhado do pátio do sétimo andar propositadamente para as suas convidadas se servirem diariamente. E ela? Voltaria aos dias em que se limitava naqueles tempos antigos em que abria as persianas e visualizava o betão engarrafado em altas altitudes... Como tudo é incerto!

                                                                                                                       G.L.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Sem segredos

Sem segredos

Fite-me, pois sou cristalina,
Límpida, pura e refrescante.
Caio e prossigo, sem segredos.

Cristalina, límpida e fresca?
É ela que cai sem segredos.
Viçosa e enfeitada
Porque assim o deseja.

Molhada e solta vou caindo
Sem pedir licença a ninguém.
Recolho-me em pensamentos passageiros?

Não ela não quer pensar.
Neste momento, na chuva,
O seu entusiasmo ocupa o lugar
Das mensagens pensadas em silêncio.

Elas caem como pingos suaves.
Molestam a inquietude da luz do dia.
Rejeitam todas as estradas por onde andaram.

Se lhe fizessem lembrar, choraria.
Choraria como as pingas da chuva!
Mas salgadas, e não doces e frescas.
Completas pela revitalização do ar.

Ela, sabe e prediz a recriação
Ora da esquerda, ou da direita.
Cai em fio como torrente forte.

Cristalina, límpida e fresca?
É ela que cai sem segredos.
Viçosa e enfeitada
Porque assim o deseja.

Fite-me, pois sou cristalina,
Límpida, pura e refrescante.
Caio e prossigo, sem segredos.

                                                                             G.L.