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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Café Diário_ Tempo aberto...



Tempo aberto... 

Sempre sem solução para despachar o que parece inalterável com os que possam contribuir para fazer o que se pode fazer de longe.

Segue em protesto de sombra em tempo de Luz e andamento ocular ao sonho tangente de esperança de olhos abertos.

Entre a Luz e o Ser do tempo aberto em constante mudança de sonho ocular que transita sem fundo branco. Na constante opressão de fita e escolha banal, estamos nós. 

É a esperança que encolhe em tom de Ser atenuante e conflituoso do dom de ser escolhido pelo tempo de recolha entre a parte que desenvolve a ternura aberta de cada Ser. É sempre atenuante a escolha do som que bate em sonho. Se soubesses a sabedoria que temos de escolher os dons divinos de Sol e Esperança em cor de todos.

Em cada saber que sai da oferta do tempo que se vai em torno do tempo aberto para todos. Enaltecido de sombras e brios, acolhe-se a espera do saber em encontros de esferas prateadas e abertas.

Haja o que houver, é nesse medo assombrante que todos vieram e prosperam em tempo de sair e olhar para o fundo do mar e saborear a onda desse mar de sonhos copiosos felizes e transatos.

Contento de tempo comum. Sempre em espera e sonho desconcertante de vazio indomável e sofredor de histórias abrangentes. Falou-se do som em que se sofre o sonho da primazia e da tortura encontrada diante dos povos. Saberes de histórias e testemunhos de sons ausentes e corajosos. Tonto de palha e ração adversa é acolhida de frente para a rua do tempo. 

O tempo presente de agora é o tempo que vivo com a minha existência e otimismo de sonho!

Tudo o que se refaz e acontece ao longo do tempo para que haja confiança e espera. Confio e sonho em tesouros da Vida que fundamentam o privilégio do Ser envolvente. É o tempo de abrir o corredor para a estrada da Vida. Soa a sons que se fecham e abrem em tempos de coragem e contornos desfeitos de tonturas e vaidades.

É um saber a olhar para o efeito do Ser crescente e analítico de olhos fechados em tempos de solidariedade. Vem-se em vão para as ofertas da coragem que não caem em demasia para as alturas. Num amplo estrondo "PUMMM" de conhecimento por diversas cápsulas de se fechar em séries cobertas de Sol ou feches de luzes que não esperam anteceder um som envolvente...

De entre cores que sugam o tempo coberto de esferas e amplas sortes fingidas em torno do poder de mandar e querer pessoas submissas aos seus instintos e interesses.

Brilha, brilha, brilha e incomoda os que estão abaixo da dimensão de Luz e sondagem de cores expostas em todos os aspetos brilhantes antes de mais sombras e atenuantes expressões de alibis estrondosos. Ergue-se para as estrelas e clama pelo silêncio justo de quem sofre pequenas nuances alarmantes de pequenas verrugas afónicas...

Segue em frente! Expuseste-te com a intenção de atenuar o ar impuro que rodeia todo o habitar do circulo fechado e escondido de interesses copiosos e motivados para a utilização do Ser.

                                                                                                         G.L


terça-feira, 2 de março de 2021

Suspirações



SUSPIRAÇÕES


Num ar bondoso do peito enaltecido,

As estrelas entreolham-se e piscam.

Piscam e chamam o meu nome batido

Pelo som do vento que enaltece a noite.

Consoante a temperatura ele derrete-se

Em coroados cristais, como SUSPIRAÇÕES 

Divididos entre as nuvens e o luar do céu!

De novo, as estreles entreolham-se e risos, 

Risos baixinhos que só elas sabem SENTIR. 

Já assim? Elas estão sempre num entreolhar

Incomum perante todos e expostas para vocês.


                                                                             G.L.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Grandes desafios - 2021

Grandes desafios


“A tristeza prepara você para a alegria. Ela varre violentamente tudo para fora de sua casa, para que a nova alegria encontre espaço para entrar. Ele sacode as folhas amarelas do galho do seu coração, para que folhas frescas e verdes possam crescer em seu lugar. Ele puxa as raízes podres, para que novas raízes escondidas por baixo tenham espaço para crescer. Qualquer que seja a tristeza que abale do seu coração, coisas muito melhores tomarão o seu lugar. ” - Rumi

As mudanças mais significativas da história vieram disfarçadas de grandes desafios.

Reaprendeu-se a cozinhar, a sentir, a pensar, a mergulhar no tempo, a recordar certos tempos, a permanecer quieto e a saber esperar. E mesmo assim, estamos aqui. Ainda!

Sem haver limite de tempo ou qualquer plano preparado com antecedência. Simplesmente, alterou-se a forma de fluir. Faz-se de acordo com as circunstâncias de cada amanhecer. Até quando?

Espera-se a brevidade do amanhã! Mas é agora, neste breve momento, que tudo acontece. Sem retorno de guardar o mesmo tempo. Tempo de aceitação, numa imensa adaptação daquilo que continua a mostrar ter mais força do que o mundo inteiro junto! Obriga-nos a parar, a pensar a imaginar e recriar, a querer desacreditar que é assim que está acontecer quer faça Sol ou chuva. Parece ser de novo o nosso quotidiano num dia após o outro. A invisibilidade continua a ser tudo, pois pouquíssimo se vê ao nosso olhar. Onde está o inimigo? Ele que teima em permanecer como uma fortaleza crescente. E o futuro mantém-se inquieto e inexistente como se não quisesse existir sem a união do hoje, desta vivência de reflexão, aqui e agora! 

                                                                                                        G.L.


                                                                                                     


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Trinta e um de agosto


Trinta e um de agosto  

Trinta e um de agosto de dois mil e vinte.

Parece o inicio de uma ata? Mas não é. É o instante deste dia a querer relatar confidências. Expectativa! É a palavra que acolhe este instante rodeado de subtileza e conforto. Subtil nos sentidos. Confortável nos sentimentos que advêm neste dia. 

Mesmo que sintamos que por vezes nos querem queimar sem acender o isqueiro, a intuição é mais forte e apaga esse sentimento e inquietude que advém de fora. E estranhamente, dá-nos força e coragem interior para acreditar que uma mudança é sempre evolutiva para a vontade de aprender e conhecer novas formas de pensar, de viver e de conviver em comunidade.  

Na sequência de opções, sabe-se que nem todas serão as mais acertadas. Então, aceita-se a bem aquela que foi a escolhida. 

                                                                                 G.L.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Numa noite

Numa noite

Caminho no espaço lunar, entre brumas e estrelas. 

Cada cidade representada... é uma lua. Todas juntas, são formas triangulares. 

Alucinações ou emoções relampejantes, atravessam o olhar sintonizado de perplexidade?... 

Eis-me aqui neste encontro. Em cada passo, atravesso a dimensão invisível de quem ainda não chegou ao altar do planalto. Prismas erguidas como Deusas que cativam o olhar. A respiração flutua. Leves movimentos de prazer. 

Confia-se. Está lá... para quem quer. A abertura incomoda os demais. 

O pensamento livre de curiosidade, atreve-se.Coloridos e desenhados, como quem já lá passou. 

Cheiros de orvalho formam tulipas despidas de cor. Inspiram a continuidade da descoberta paradoxal. 

É infinita! Harmonizam-se os ventos dos quatro cantos. 

Poder imaterial e invisibilidade absoluta. Numa noite!

Firmemente construída de saberes. É fortificante e preenchida. Inspira-me! 


                                                                                                        G.L. 

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Querido oceano


Querido oceano

Meu querido, oceano
Que beleza tão imensa que sinto por ti!
Meu amor por ti,
É tão profundo quanto a tua aparente profundeza.
Todas as coisas belas, refletem-se em ti!

Mas o que mais me cativa, desde que te vi,
É o teu brilho no mundo inteiro.
Esse brilho, 
Em em que manténs as qualidades mais subtis
Da Natureza que te criou. 

Parece-me difícil manteres a tua essência,
Por tanta poluição pública que sofres no dia a dia.
Mas, Deus, criou-te forte e vigoroso
E permanece em ti!

            In, Após o PÔR DO SOL, poemas do coração, Graciete Leite



domingo, 24 de maio de 2020

Café_DIÁRIO_O crescimento

Lua , crescimento

Neste processo de ensaio, erro, e experimentação, o crescimento ocorre. Sinto-me crescida.
Os experimentos mal sucedidos fazem parte do processo. E, então, não são erros, são lições. 

Colhe-se experiências em todas as fases da Vida. A todos assim acontece. Entendamos que estamos juntos, matriculados numa escola informal. E, em cada nascer do dia, e em cada baixar de olhos, há o pôr do sol para contemplar de admiração!... E em cada luar que se instala sobre cada olhar, permanecemos num único céu, que somos... Nós!

O tempo vivido é integral. Assim, integra-se por inteiro a cada segundo que passa, e há o renascimento com oportunidades de receber qualquer lição. Serão únicas e moldadas a cada circunstância criativa e criada através de pensamentos diários. São estas experiências que se tornam vitais para uma nova lição. Elas servirão de aprofundamento para o velho e o novo conhecimento em transformação. Pelo menos para mim. E para si?... Creio que também me entende. 

De várias formas, as vemos renascer e assim, fazê-las acontecer. Mas, quanto mais as absorvemos, mais solucionadas ficam. Logo, em meados de um certo espaço de tempo, naquele que após uma e mais uma, outra surge e mais outra... Consegue distingui-las e agarrá-las?... Elas estão aí. Sempre estiveram! Embora, disfarçadas. Agora trazem instruções diferentes, mas construtivas e, por vezes iguais. 

Simplesmente, diria que aprender lições é uma tarefa sem fim, e sem limites na aprendizagem a ser questionada. Todas são diferentes. Aparecem por motivos e em horas diferentes. Contudo, parece-me que na generalidade, há intenções que comungam de iguais. Aprender e ensinar, pois aquele outro lá, jamais será igual aqui. Por norma, os recursos estão aqui.  

                                                                                                                                          G.L. 

terça-feira, 7 de abril de 2020

Café Diário_Agora

Agora, alegria, felicidade, esperança

"Pare por um instante e acalme seus pensamentos.⠀
Esqueça suas ansiedades e dê uma olhada ao seu redor.⠀
O que você vê?⠀
Você vê um mundo repleto de beleza. ⠀
Você vê uma vida cheia de possibilidades.⠀
Você vê sonhos nascendo, sendo criados e sendo atingidos.⠀
Sim, há desafios. ⠀
Sim, há tristeza. ⠀
Sim, há violência e ódio.⠀
Mas, mais do que isto, há amor, há bondade, há alegria.⠀
O futuro é incerto.⠀
E isso significa que não há nenhum limite em quão belo e feliz você pode⠀
fazê-lo.⠀
Mas, tudo o que você tem é somente o AGORA.⠀
E AGORA é exatamente como deveria ser.⠀
É seu tempo de viver.⠀
Pense como a vida é preciosa.⠀
E como verdadeiramente abençoado você é por está-la vivendo, AGORA.⠀
Agora, quaisquer ansiedades que tenha sobre o futuro é somente ilusão.⠀
Esqueça todas elas.⠀
Faça com que elas sejam apagadas enquanto a beleza e perfeição do⠀
AGORA se estendem sobre você.⠀
A melhor coisa que você pode fazer para o futuro é viver com tudo que você⠀
tem no presente.⠀
AGORA você pode exercer uma força realmente positiva e duradoura no⠀
mundo ao seu redor.⠀
Como fazer isso? ⠀
Seguindo o seu coração, sendo o que realmente você é.⠀
Você pode ter vagado para longe.⠀
AGORA é o momento de retornar ao lar.⠀
Você sabe em seu coração que está aqui por uma razão.⠀
A dor que você sente é este propósito, esta razão de viver, que⠀
constantemente luta para se libertar.⠀
Quando isto acontecer, você estará mais vivo do que jamais pudesse ter⠀
imaginado.⠀
Inspire a beleza ao seu redor, a beleza e riqueza de estar vivo."- Ralph Marston⠀

sábado, 21 de março de 2020

A Árvore e o Pássaro, 2018

"Esqueci-me e mergulhei,
no barulho ausente do ser
que me evitava e fugia
sem ou com razão, não sei.
Era-me indiferente
esse burburinho
que parecia
que me atormentava
e nem sempre se ausentava
quando queria sentir
e fugir do que estava para vir."

                             In "A Árvore e o Pássaro", Graciete Leite

terça-feira, 17 de março de 2020

Café DIÁRIO_COVID 19

O Sol continua a nascer todos os dias


O Sol continua a nascer todos os dias, só que retoca-se de mais estatísticas e dados que ficarão na linha do tempo para confirmação de dados analiticamente estudados para o futuro. Seja ele próximo ou longínquo. Ficarão para sempre gravados em qualquer memorial de acontecimentos, pois neste momento, ainda não se sabe como terminarão.

Vive-se uma realidade de transição para algo que não se sabe como retomará à dita e saudosa normalidade. É como se por ventura, de repente, todos e em praticamente tudo, recomeçassem a repensar a vida de novo?... A questionar-se no seu intimo sobre qual a finalidade de tudo isto que está acontecer e aparece neste tão bendito século. Mas não é bem assim. O que poderá ser mudado? As vidas estão construídas em torno daquilo que parecia inquebrável, a rotina de qualquer cidadão com saúde. É isso, leu bem. Saúde?... Se calhar, e peço que não me levem a mal, sempre pouco pensada como um bem comum.

São dias de desconhecimento total

E o desconhecido vindo desta forma é que é assustador. Na generalidade, recai o olhar do interior para o exterior. Há que repensar como um Todo. Ficar isolado em casa por um bem comum é um convite para o compromisso na obtenção de bons resultados.


Gostaria de escrever de forma sustentável e sempre com leitura agradável. Dizer o que sinto sem melindrar ninguém. Mas, também não quero escrever por escrever. Só sei que, é agora, que necessito de escrever como um solto desabafo sem mencionar COVID 19. Se não me faço entender, desculpe-me, porque desejo falar-lhe deste desalinhamento mundial, que aparentemente parece algo exterior a nós... Sim, a Nós. Mas afinal quem somos nós?

Seremos nós e sempre nós. Unidade total. Somos sempre nós que podemos fazer a diferença global. É esta diferença que a todos, mas mesmo a nós todos, comunidade do mundo, nos diz respeito. Estes dias são e serão marcantes na história da vida de todos nós! Décadas que ficaram lá para trás de mim e de você, nós, jamais recordam segundos, minutos, e horas de dias assim. Assim como?... Um tempo de incerteza.

Dói ao ver como todos se sentem impotentes apesar de todo o conhecimento adquirido. No entanto, acredito numa fonte de inspiração que surgirá do nada, brevemente.

Deixem-me sonhar!
Venham comigo e acreditem que assim será.
Nós somos força universal.
O bem se manifestará.
Foram os sábios que assim escreveram
Eu, simbolicamente, acredito.

                                                             G.L. 


domingo, 19 de janeiro de 2020

A Árvore e o Pássaro


Conto, poesia, leitura

"... com que sonhava nos sonhos mais perfeitos que tinha sempre quando os seus pensamentos
a levavam para momentos
e coisas muito bonitas e boas para si.

Entre os quais,
sempre agradecia pela maravilha
de poder sair do seu lugar através
do seu pensamento.

Isso,
era algo que lhe dava muito prazer
e entusiasmo."

Graciete Leite, in A Árvore e o Pássaro, 2018

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Impossível


“Sempre parece impossível até que seja feito.” - Nelson Mandela

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Café_DIÁRIO_Ouro sobre azul

Ouro sobre azul


Capítulo I

Ouro sobre azul é bem-estar, harmonia e sentimentos de satisfação. Tudo fora prometido. Mas a sua escolha, foi fundamental para a obtenção da colheita.

Homem moreno de olhos azuis que pareciam o céu aberto. Bastante vistoso para o coração feminino. Acabara de completar cinco décadas de vida. Esta, aos olhos de quem o rodeava parecia não ter limites para ele. Seus pensamentos eram assim. Abrangentes, grandes e desmedidos. Tão intensos que ainda permanecia solteiro. E é neste momento que o seu consciente reflete mais profundamente nessa sua escolha. Quais são os seus limites quando as suas escolhas recaem para o lado sentimental da sua vida amorosa?

Vitricinário Ostento era conhecido pelas suas proezas a nível financeiro. Era um homem destemido e hábil para a formalização de negócios. Tinha olho de rei! Sentado na esplanada da praia mais limpa da cidade, esmerava-se e os seus pensamentos levaram-no a recordar certos dias muito longínquos. Esse hábito em si, não era nada comum. Pare ele, o que tinha passado até ontem, não permanecia mais no pensamento. Ao olhar dos outros, parecia um homem frio. No entanto, neste momento, sentiu-se invadido por recordações estranhas... - pensou ele. Eram-lhe estranhas porque chegavam-lhe imagens da sua infância. Uma raridade! - apercebeu-se Vitricinário Ostento.

Suas experiências de infância foram colhidas pelo esforço da sobrevivência, pelo sonho de querer e pelo mistério de acreditar que havia muito mais e melhor além da vista a sete palmos.
A poeira que se levantava parecia fazê-lo estremecer. Mesmo sentado, sentiu que podia cair. De frente para o mar, imagens surgiram na frente do seu olhar. Procurou a calma. O sorriso bondoso da sua mãe desenhou-se no seu. E, sim, recordou o caráter leal de seu pai que tanto admirava. Seu herói. Vitricinário, sorriu firme. De repente, seu coração acalmou-se. A paz? Sentiu-a.


                                                                                                                                  G.L.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Distância

Distância

O esquilo com uma borboleta no focinho.
- Ela sorri-lhe?
- Pelo que vi, não me pareceu.
- Olhar penetrante e poder oculto. É ela que dita.
- É a pantera negra em cima de um tronco velho de uma árvore. Parece querer desvendar o que penso. É-me indiferente. Do outro lado, está a lua e uma ninhada de gatos. A maioria são brancos, mas há também os malhados. O rio flui calmo. Exerce uma distância entre eles e a pantera negra. A noite desvenda-se de cores azuladas e tímidos brancos. Os nevoeiros elevam-se como fumaças. As nuvens em movimento formam imagens. Estas miram-se profundamente nas águas transparentes. Os gatos parecem gigantes neste espelho natural. São uma ninhada de uma gata que há muito os pariu. Deu-lhes colo? Tudo indica que não. Deu-lhes a vida e foi-se embora. A Natureza criou-os. É o seu aconchego. O drama não existe, cria-se. 

Lá, muito distante, a pantera negra não o parece, porém está sempre atenta. De mansinho, desce do tronco. Decidiu abandonar a árvore. Sem pressa. Elegantemente, caminha. Entre sombras, a lua segue-a. Lado a lado. Uma encosta íngreme, aproxima-se. Não a teme. Inicia-se a subida. As garras afiam-se. Seus olhos estalam firmemente. A lua mantém-se leal.

                                                                                                           G.L. 

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_ A vida

A vida

A vida sem perda e frustrações é quase impossível. Todos as sentem. Mais cedo ou mais tarde, elas surgem. Ás vezes do nada. Sem se esperar. Outras vezes, reconhecem-se que aconteceram sem nos apercebemos. Talvez seja o melhor. Ou não?...

Felicidade era alegre. Mesmo quando chorava. Vivia a vida com intensidade. Era honesta. Até quando pernoitava no hospital, no leito em que aguardava melhoras rápidas. Sempre rápidas. Jamais deixou de sonhar. Até quando tinha pesadelos e acordava em suores frios. Dialogava imenso. Sobretudo consigo própria, e muito mais ainda se se sentia cercada pela solidão. Considerava-a de alento para a caminhada.

Os cabelos embranquecem. Mas a juventude continua na sua mente e no seu espírito. Contavam-se inúmeras experiências, umas pareceram fora do comum, únicas, bem interessantes, outras, proporcionaram aprendizagens que a própria valorizava melhor do que ninguém. São como as suas, não é verdade?...

Amava a família. Respeitava-a imensamente. Mesmo naquelas situações que não sentia ser compreendida. É assim que amava. Agradecia muitíssimo, apesar de certas coisas não correrem tão bem como desejaria no seu entendimento. 

Amava a simplicidade. A brisa da manhã no rosto com os raios do sol a taparem-lhe a vista como se fosse sufocada com tanta luz nos olhos. Os salpicos da água da mangueira que formavam um arco-íris. Magnífico! E a geada?... Fria e gélida. O cheiro da terra molhada após muito tempo árida. E o cheiro do ar, se então chovia pelo verão. Eram muitos os motivos que faziam sorrir a sua alma com grandes emoções. E tudo era pequeno, passageiro... Instantâneo. Mas ria. Ria até dos disparates que pensava...

Sempre feliz. Desistir era a palavra rara. Jamais. As deceções também ocorriam, mas continuava firme aos seus ideais com coragem. Dúvidas, lágrimas e alegrias, tivera-as. Mas soubera compartilhá-las com os amigos. Alegrava-se com o dia, mas também refletia na beleza da noite. O sono era o senhor do momento respeitoso que tudo curava. E agradecimentos? Sempre dava graças por si e pelos outros. 

                                                                                                                                             G.L. 

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_Soalheira e ventosa

Soalheira e ventosa... 

Soalheira e ventosa, mas cativante de dimensões pequenas. Assim se descreve. Os jardineiros cuidam do seu jardim e os calceteiros cuidam da sua rua após alguns dias. Aguardava-se a sua chegada. É com determinado cuidado e escolha que vão encaixando cada pedra no seu devido lugar. Assim parece ser. Os joelhos aconchegam-se. Determinam a posição, aparentemente menos incansável de quem passa horas seguidas ajoelhado, apenas movendo o tronco corporal como uma sineta em alerta... E trabalha-se com pensamentos a boiar à tona da superfície da cabeça, ou dentro dela? Eu caminho. Sigo os detalhes da arte desenhada no chão. 

Mais adiante, os lenhadores destroem o verde com pesadas máquinas. Deitam as árvores abaixo. Deixam-lhes as raízes agarradas à terra com o resto do tronco. O espaço é fechado. Seguem ordens que se dizem projetadas para o futuro. Qual futuro? Argumenta-se que para a sua segurança e a minha, assim passou a ser. É como uma lagoa que tem tanto de tamanho como de profundeza. Não se vê? Sim, vê-se. Ou melhor, via-se. A partir desse dia passou-se a ver mais prédios. E como são altos. São necessários. Sempre lá estiveram. E as árvores? Aquelas que já estavam lá. A sombra com cheiro a verde. Pois. Essa, desapareceu?... O abafo das temperaturas elevadas que com leveza murmuravam ao som das folhas. E as aves a chilrear com milagres para contar. Para onde teriam ido? O espaço está mais aberto, mais amplo... mas algo se fechou desde esse último dia.

Dona Mariana do dia para a noite sentiu-se incrédula. As aves a quem tomava por amigas fiéis... que seriam delas? Saberiam encontrar os grãos de arroz e migalhas de pão que eram depositadas no telhado do pátio do sétimo andar propositadamente para as suas convidadas se servirem diariamente. E ela? Voltaria aos dias em que se limitava naqueles tempos antigos em que abria as persianas e visualizava o betão engarrafado em altas altitudes... Como tudo é incerto!

                                                                                                                       G.L.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Era uma aldeia

Era uma aldeia

Era uma aldeia. Diria uma aldeia grande, por vezes pálida mas alegre. Uma pequena igreja abrigava-se entre os vales. Noutra década, seus caminhos eram estreitos, curvados, difíceis de contornar. No inverno eram cobertos por lama. Jogavam-se os saltinhos para não se sujar o calçado. Os sapatos eram os mais frágeis nesse instante. Hoje, não é bem assim. 

A criança madrugava para assistir à primeira missa de domingo com os adultos, com outras crianças.  Preguiças ficavam de lado e nem se conheciam. Éramos recebidas com alegria e sentimento de bravura por toda a paróquia com elegância nas atitudes e nas vestes que trajavam nesse dia. Talvez por ser domingo? Penso que não. Os sinos tocavam para a entrada. Cânticos soavam como alarme inicial. De repente, o silêncio. Magnífico! Porém, a tosse de alguns presentes soava, e lamentavam em leves suspiros de outros. Olhares e sorrisos das crianças perto, sobretudo, das mães permaneciam até se acalentarem no refugio das primeiras palavras dirigidas como um eco distante. Sugestivas orações expandiam-se em redor dos quatro cantos e automaticamente respostas avançavam como se fossem esperanças. Os cânticos ressurgiam de acordo com as melodiosas mensagens. Era um momento são que parecia curador. As atenções inclinadas para a frente. O acolhimento era total. Os incrédulos mostravam-se crentes nesse momento. Sugestões de pedidos eram confiados a quem tudo pode. A fé manifestava-se na simplicidade de pessoas crentes e outras tementes. Os conhecimentos filosóficos e outros eram raros por diversos motivos que a enumeração torna-se pequena para o fazer. Então fico por aqui.

                                                                                                                                                     G.L. 

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris...

Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris descessem e quisessem chegar mais perto de você? Mas, você retirar-se-ia com vergonha por ter guardado os sonhos a sete chaves, aqueles... de um tempo tão especial.

Manteve-se a esperança? Sim. Claro que sim. É importante! É tudo o que não nos deixa fragilizar perante os abismos. Entenda-se bem, "abismos"... Aqueles que são mais raros, no entanto, serão cruciais para as tonalidades da vida porque elas apresentam-se diante da cegueira e paralisam os músculos, deixando-os frágeis, sem forças para lutar e fazer surpreender o surpreendente que se sente infortunado nesse momento, quando se sente sem oxigénio suficiente para aspirar mais forte.

Contrariedades do dia a dia, são naturais, embora dispensavam-se... pode ser que sim, penso que a maioria de nós assim pensa. Por outro lado, sabemos que fazem parte da caminhada para se reconhecer os benefícios do bem, do agradável, daqueles momentos bem passados e são tantos..., não é verdade? Então, as recordadas e ditas contrariedades, ultrapassam-se constantemente sem muletas. Caso acontecesse tudo certinho, certinho, não haveria a mesma fragrância, faltaria o cheiro a suor, aquele que faz renovar a nossa pele todos os dias pela vontade de se conseguir vencer as sucessivas provas de ânimo, o entusiasmo vibrante correndo nas veias, de se chegar mais próximo do desejo que parece mesquinho e secreto, ou não? Há o pote de ouro para os que acreditam. E, segundo dizem, ele encontra-se no fundo do arco-íris. Porquê no fundo e não no inicio? 

O princípio é onde nasce uma ideia, ela toma forma, pode ser verdadeira ou uma mentira, mas ela exterioriza-se pelas circunstâncias de diversos pontos de vista comprovados entre inúmeras ações, umas reais e outras mal entendidas, apenas foram pensadas sem se aprofundar ou querer saber de explicações. Estas, poderão surgir posteriormente, sendo aguardadas há algum tempo, ou mesmo muito tempo, podendo nunca se saber desde quando aconteceu. O esforço está presente em cada detalhe que é implantado nas diversas divisões que habitam o pensamento deste e daquele participante de vida comum ou solitária, e mesmo que se queiram ausentar, quando falando de pensamentos... não adianta, o primeiro passo está dado. Será que o reconhece?

                                                                                                                                  G.L.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Café_DIÁRIO_Afortunada

Afortunada

Sabiamente afortunada de tranquilidade seria perfeitamente razoável e consequentemente adversa a sua personalidade desviar-se da aparente perfeição...

Modéstia à parte e entenda-se se cada sentimento estivesse dentro de um frasco fechado? Poderia ser alternadamente interessante observar a impossibilidade de respirar e ter de confrontar-se com todas as partículas que são os seus haveres. Certamente, poderia conhecer-se melhor e apreciar cada parte de si. 

Contudo, poderia haver uma infinidade de sentimentos que saltariam para fora da tampa, e uma explosão poderiam desencadear, mas não é preciso nada disso. Não, não seria preciso inverter o seu "estado de fusão". Aprecia-se apenas a necessidade de soltar-se, de emergir das águas mais profundas que se desconhecem até certos momentos de revelação e circunstâncias que afluem em certas horas... Parece um desacordo entre as partes, companheiros de sempre, mas que trabalham em união como se reagissem para melhorarem o que pode ser bem melhor. Às vezes, provocam demasiado cansaço. Parece trabalhoso prosseguir para uma meta mais eficaz e concreta, mais bem definida, mais alinhada, mais estimulada para o objetivo final de seja aquilo que for neste extremo segundo em que nada se conhece e tudo é dolorosamente descabido, sem pensar, sem aparência nem uma única forma deslumbrante de anseios, sem motivo de apreciação, ou ainda, sem razão de ter de ser. 

Entretanto lembra-se de que é uma mudança... Ora, como todos as mudanças, algo tem de ficar para trás senão a bagagem fica demasiado pesada, então, alguém se liberta sem saber de quê! Porém fazem-se opções que são válidas para quem as aceita porque voltar atrás, pode não ser a escolha certa porque poderá ressurgir a visualização de um frasco fechado. 

                                                                                                                           G.L. 
                                  

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Café DIÁRIO_Fontes de calor

Fontes de calor 

Fontes de calor manejam a certeza de novos desafios. É uma emboscada que parece desafiante e determinada em escoltar as redes de lançamento sem tréguas. Permita-se abrandar. Deixe de procurar o que já possui, aquilo que já é seu. 

Os espaços abertos procuram incansavelmente uma razão daquilo que parece ausentar-se antes de ainda estar pronto para se mostrar. É como quando as águas que estão a deslizar pela corrente de qualquer rio encontram um obstáculo... Ora, esse, ou terá de aguardar até que a força da corrente o vá desviando e girando, possivelmente criando contornos diferentes e com agilidade para que consiga soltar-se para avançar pela determinação escolhida do antes da sucessão de acontecimentos que deram origem a uma pausa causada sem qualquer aparente pretensão inicial nunca pensada... Ou, alguém lhe deita a mão e poderá sentir-se que vai haver algum esforço, todavia também pode ser com um simples gesto delicado, mas firme, e conseguir desviá-lo rapidamente da desconfortante situação de estagnação em que se encontra, e assim é quebrada e pode-se prosseguir de novo pela corrente abaixo.

O encontro com o calor que maneja as certezas pode ser inercio porque apenas pode ser e pouco, ou quase nada poderá fazer em certas circunstâncias. A facilidade nem sempre faz parte da ação, mesmo que se deseje que não seja dessa forma. Isso é claramente uma certeza que realça à vista ao longo do tempo. É ser-se um pouco visionário para determinadas soluções que parecem invisíveis a olho nu. Claro que há a maravilhosa diversidade de muitas projeções fluentes se alinharem com o que foi previsto, e tornam-se numa certeza evidente perante certos factos, mas esta certeza, nunca poderá ser definida como verdade absoluta. Os desafios rondam a cada segundo de vivências. O que está como certo, mais adiante pode não ser assim, e o mais desafiante nisto, é a alternância desta ingénua afirmação. Por exemplo, a "terra já foi olhada como redonda". Hoje, não é bem assim...

                                                                                                                                    G.L.