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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Hino de janeiro

 Hino de janeiro

Sei o que quero contar. Ou melhor, gostaria de lhe contar tudo o que sei e vejo. Mas... com certeza que não acreditaria em mim?

A neve que cai no nosso jardim, e sempre derrete! É a decomposição. Então, é mesmo assim. O bom se decompõe e o mau compõe-se, ou podemos ver através de um espelho, e ver tudo ao contrário. 

A noite estrelada nem sempre é quente e harmoniosa. No entanto, é sempre bela! 

O regato onde a água flui, nem sempre ela corre límpida. Como é apenas um regato, todas as enxurradas deslizam para ele. E são recebidas sem nenhum plano. Elas ganham força e decompõem-se em salpicos cristalinos quando passam pelas mais variadas pedras que o seguram firme.  


                                                                                                                      G.L

domingo, 24 de maio de 2020

Café_DIÁRIO_O crescimento

Lua , crescimento

Neste processo de ensaio, erro, e experimentação, o crescimento ocorre. Sinto-me crescida.
Os experimentos mal sucedidos fazem parte do processo. E, então, não são erros, são lições. 

Colhe-se experiências em todas as fases da Vida. A todos assim acontece. Entendamos que estamos juntos, matriculados numa escola informal. E, em cada nascer do dia, e em cada baixar de olhos, há o pôr do sol para contemplar de admiração!... E em cada luar que se instala sobre cada olhar, permanecemos num único céu, que somos... Nós!

O tempo vivido é integral. Assim, integra-se por inteiro a cada segundo que passa, e há o renascimento com oportunidades de receber qualquer lição. Serão únicas e moldadas a cada circunstância criativa e criada através de pensamentos diários. São estas experiências que se tornam vitais para uma nova lição. Elas servirão de aprofundamento para o velho e o novo conhecimento em transformação. Pelo menos para mim. E para si?... Creio que também me entende. 

De várias formas, as vemos renascer e assim, fazê-las acontecer. Mas, quanto mais as absorvemos, mais solucionadas ficam. Logo, em meados de um certo espaço de tempo, naquele que após uma e mais uma, outra surge e mais outra... Consegue distingui-las e agarrá-las?... Elas estão aí. Sempre estiveram! Embora, disfarçadas. Agora trazem instruções diferentes, mas construtivas e, por vezes iguais. 

Simplesmente, diria que aprender lições é uma tarefa sem fim, e sem limites na aprendizagem a ser questionada. Todas são diferentes. Aparecem por motivos e em horas diferentes. Contudo, parece-me que na generalidade, há intenções que comungam de iguais. Aprender e ensinar, pois aquele outro lá, jamais será igual aqui. Por norma, os recursos estão aqui.  

                                                                                                                                          G.L. 

terça-feira, 17 de março de 2020

Café DIÁRIO_COVID 19

O Sol continua a nascer todos os dias


O Sol continua a nascer todos os dias, só que retoca-se de mais estatísticas e dados que ficarão na linha do tempo para confirmação de dados analiticamente estudados para o futuro. Seja ele próximo ou longínquo. Ficarão para sempre gravados em qualquer memorial de acontecimentos, pois neste momento, ainda não se sabe como terminarão.

Vive-se uma realidade de transição para algo que não se sabe como retomará à dita e saudosa normalidade. É como se por ventura, de repente, todos e em praticamente tudo, recomeçassem a repensar a vida de novo?... A questionar-se no seu intimo sobre qual a finalidade de tudo isto que está acontecer e aparece neste tão bendito século. Mas não é bem assim. O que poderá ser mudado? As vidas estão construídas em torno daquilo que parecia inquebrável, a rotina de qualquer cidadão com saúde. É isso, leu bem. Saúde?... Se calhar, e peço que não me levem a mal, sempre pouco pensada como um bem comum.

São dias de desconhecimento total

E o desconhecido vindo desta forma é que é assustador. Na generalidade, recai o olhar do interior para o exterior. Há que repensar como um Todo. Ficar isolado em casa por um bem comum é um convite para o compromisso na obtenção de bons resultados.


Gostaria de escrever de forma sustentável e sempre com leitura agradável. Dizer o que sinto sem melindrar ninguém. Mas, também não quero escrever por escrever. Só sei que, é agora, que necessito de escrever como um solto desabafo sem mencionar COVID 19. Se não me faço entender, desculpe-me, porque desejo falar-lhe deste desalinhamento mundial, que aparentemente parece algo exterior a nós... Sim, a Nós. Mas afinal quem somos nós?

Seremos nós e sempre nós. Unidade total. Somos sempre nós que podemos fazer a diferença global. É esta diferença que a todos, mas mesmo a nós todos, comunidade do mundo, nos diz respeito. Estes dias são e serão marcantes na história da vida de todos nós! Décadas que ficaram lá para trás de mim e de você, nós, jamais recordam segundos, minutos, e horas de dias assim. Assim como?... Um tempo de incerteza.

Dói ao ver como todos se sentem impotentes apesar de todo o conhecimento adquirido. No entanto, acredito numa fonte de inspiração que surgirá do nada, brevemente.

Deixem-me sonhar!
Venham comigo e acreditem que assim será.
Nós somos força universal.
O bem se manifestará.
Foram os sábios que assim escreveram
Eu, simbolicamente, acredito.

                                                             G.L. 


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Café_DIÁRIO_Ouro sobre azul

Ouro sobre azul


Capítulo I

Ouro sobre azul é bem-estar, harmonia e sentimentos de satisfação. Tudo fora prometido. Mas a sua escolha, foi fundamental para a obtenção da colheita.

Homem moreno de olhos azuis que pareciam o céu aberto. Bastante vistoso para o coração feminino. Acabara de completar cinco décadas de vida. Esta, aos olhos de quem o rodeava parecia não ter limites para ele. Seus pensamentos eram assim. Abrangentes, grandes e desmedidos. Tão intensos que ainda permanecia solteiro. E é neste momento que o seu consciente reflete mais profundamente nessa sua escolha. Quais são os seus limites quando as suas escolhas recaem para o lado sentimental da sua vida amorosa?

Vitricinário Ostento era conhecido pelas suas proezas a nível financeiro. Era um homem destemido e hábil para a formalização de negócios. Tinha olho de rei! Sentado na esplanada da praia mais limpa da cidade, esmerava-se e os seus pensamentos levaram-no a recordar certos dias muito longínquos. Esse hábito em si, não era nada comum. Pare ele, o que tinha passado até ontem, não permanecia mais no pensamento. Ao olhar dos outros, parecia um homem frio. No entanto, neste momento, sentiu-se invadido por recordações estranhas... - pensou ele. Eram-lhe estranhas porque chegavam-lhe imagens da sua infância. Uma raridade! - apercebeu-se Vitricinário Ostento.

Suas experiências de infância foram colhidas pelo esforço da sobrevivência, pelo sonho de querer e pelo mistério de acreditar que havia muito mais e melhor além da vista a sete palmos.
A poeira que se levantava parecia fazê-lo estremecer. Mesmo sentado, sentiu que podia cair. De frente para o mar, imagens surgiram na frente do seu olhar. Procurou a calma. O sorriso bondoso da sua mãe desenhou-se no seu. E, sim, recordou o caráter leal de seu pai que tanto admirava. Seu herói. Vitricinário, sorriu firme. De repente, seu coração acalmou-se. A paz? Sentiu-a.


                                                                                                                                  G.L.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_ A vida

A vida

A vida sem perda e frustrações é quase impossível. Todos as sentem. Mais cedo ou mais tarde, elas surgem. Ás vezes do nada. Sem se esperar. Outras vezes, reconhecem-se que aconteceram sem nos apercebemos. Talvez seja o melhor. Ou não?...

Felicidade era alegre. Mesmo quando chorava. Vivia a vida com intensidade. Era honesta. Até quando pernoitava no hospital, no leito em que aguardava melhoras rápidas. Sempre rápidas. Jamais deixou de sonhar. Até quando tinha pesadelos e acordava em suores frios. Dialogava imenso. Sobretudo consigo própria, e muito mais ainda se se sentia cercada pela solidão. Considerava-a de alento para a caminhada.

Os cabelos embranquecem. Mas a juventude continua na sua mente e no seu espírito. Contavam-se inúmeras experiências, umas pareceram fora do comum, únicas, bem interessantes, outras, proporcionaram aprendizagens que a própria valorizava melhor do que ninguém. São como as suas, não é verdade?...

Amava a família. Respeitava-a imensamente. Mesmo naquelas situações que não sentia ser compreendida. É assim que amava. Agradecia muitíssimo, apesar de certas coisas não correrem tão bem como desejaria no seu entendimento. 

Amava a simplicidade. A brisa da manhã no rosto com os raios do sol a taparem-lhe a vista como se fosse sufocada com tanta luz nos olhos. Os salpicos da água da mangueira que formavam um arco-íris. Magnífico! E a geada?... Fria e gélida. O cheiro da terra molhada após muito tempo árida. E o cheiro do ar, se então chovia pelo verão. Eram muitos os motivos que faziam sorrir a sua alma com grandes emoções. E tudo era pequeno, passageiro... Instantâneo. Mas ria. Ria até dos disparates que pensava...

Sempre feliz. Desistir era a palavra rara. Jamais. As deceções também ocorriam, mas continuava firme aos seus ideais com coragem. Dúvidas, lágrimas e alegrias, tivera-as. Mas soubera compartilhá-las com os amigos. Alegrava-se com o dia, mas também refletia na beleza da noite. O sono era o senhor do momento respeitoso que tudo curava. E agradecimentos? Sempre dava graças por si e pelos outros. 

                                                                                                                                             G.L. 

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_Soalheira e ventosa

Soalheira e ventosa... 

Soalheira e ventosa, mas cativante de dimensões pequenas. Assim se descreve. Os jardineiros cuidam do seu jardim e os calceteiros cuidam da sua rua após alguns dias. Aguardava-se a sua chegada. É com determinado cuidado e escolha que vão encaixando cada pedra no seu devido lugar. Assim parece ser. Os joelhos aconchegam-se. Determinam a posição, aparentemente menos incansável de quem passa horas seguidas ajoelhado, apenas movendo o tronco corporal como uma sineta em alerta... E trabalha-se com pensamentos a boiar à tona da superfície da cabeça, ou dentro dela? Eu caminho. Sigo os detalhes da arte desenhada no chão. 

Mais adiante, os lenhadores destroem o verde com pesadas máquinas. Deitam as árvores abaixo. Deixam-lhes as raízes agarradas à terra com o resto do tronco. O espaço é fechado. Seguem ordens que se dizem projetadas para o futuro. Qual futuro? Argumenta-se que para a sua segurança e a minha, assim passou a ser. É como uma lagoa que tem tanto de tamanho como de profundeza. Não se vê? Sim, vê-se. Ou melhor, via-se. A partir desse dia passou-se a ver mais prédios. E como são altos. São necessários. Sempre lá estiveram. E as árvores? Aquelas que já estavam lá. A sombra com cheiro a verde. Pois. Essa, desapareceu?... O abafo das temperaturas elevadas que com leveza murmuravam ao som das folhas. E as aves a chilrear com milagres para contar. Para onde teriam ido? O espaço está mais aberto, mais amplo... mas algo se fechou desde esse último dia.

Dona Mariana do dia para a noite sentiu-se incrédula. As aves a quem tomava por amigas fiéis... que seriam delas? Saberiam encontrar os grãos de arroz e migalhas de pão que eram depositadas no telhado do pátio do sétimo andar propositadamente para as suas convidadas se servirem diariamente. E ela? Voltaria aos dias em que se limitava naqueles tempos antigos em que abria as persianas e visualizava o betão engarrafado em altas altitudes... Como tudo é incerto!

                                                                                                                       G.L.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Era uma aldeia

Era uma aldeia

Era uma aldeia. Diria uma aldeia grande, por vezes pálida mas alegre. Uma pequena igreja abrigava-se entre os vales. Noutra década, seus caminhos eram estreitos, curvados, difíceis de contornar. No inverno eram cobertos por lama. Jogavam-se os saltinhos para não se sujar o calçado. Os sapatos eram os mais frágeis nesse instante. Hoje, não é bem assim. 

A criança madrugava para assistir à primeira missa de domingo com os adultos, com outras crianças.  Preguiças ficavam de lado e nem se conheciam. Éramos recebidas com alegria e sentimento de bravura por toda a paróquia com elegância nas atitudes e nas vestes que trajavam nesse dia. Talvez por ser domingo? Penso que não. Os sinos tocavam para a entrada. Cânticos soavam como alarme inicial. De repente, o silêncio. Magnífico! Porém, a tosse de alguns presentes soava, e lamentavam em leves suspiros de outros. Olhares e sorrisos das crianças perto, sobretudo, das mães permaneciam até se acalentarem no refugio das primeiras palavras dirigidas como um eco distante. Sugestivas orações expandiam-se em redor dos quatro cantos e automaticamente respostas avançavam como se fossem esperanças. Os cânticos ressurgiam de acordo com as melodiosas mensagens. Era um momento são que parecia curador. As atenções inclinadas para a frente. O acolhimento era total. Os incrédulos mostravam-se crentes nesse momento. Sugestões de pedidos eram confiados a quem tudo pode. A fé manifestava-se na simplicidade de pessoas crentes e outras tementes. Os conhecimentos filosóficos e outros eram raros por diversos motivos que a enumeração torna-se pequena para o fazer. Então fico por aqui.

                                                                                                                                                     G.L. 

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris...

Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris descessem e quisessem chegar mais perto de você? Mas, você retirar-se-ia com vergonha por ter guardado os sonhos a sete chaves, aqueles... de um tempo tão especial.

Manteve-se a esperança? Sim. Claro que sim. É importante! É tudo o que não nos deixa fragilizar perante os abismos. Entenda-se bem, "abismos"... Aqueles que são mais raros, no entanto, serão cruciais para as tonalidades da vida porque elas apresentam-se diante da cegueira e paralisam os músculos, deixando-os frágeis, sem forças para lutar e fazer surpreender o surpreendente que se sente infortunado nesse momento, quando se sente sem oxigénio suficiente para aspirar mais forte.

Contrariedades do dia a dia, são naturais, embora dispensavam-se... pode ser que sim, penso que a maioria de nós assim pensa. Por outro lado, sabemos que fazem parte da caminhada para se reconhecer os benefícios do bem, do agradável, daqueles momentos bem passados e são tantos..., não é verdade? Então, as recordadas e ditas contrariedades, ultrapassam-se constantemente sem muletas. Caso acontecesse tudo certinho, certinho, não haveria a mesma fragrância, faltaria o cheiro a suor, aquele que faz renovar a nossa pele todos os dias pela vontade de se conseguir vencer as sucessivas provas de ânimo, o entusiasmo vibrante correndo nas veias, de se chegar mais próximo do desejo que parece mesquinho e secreto, ou não? Há o pote de ouro para os que acreditam. E, segundo dizem, ele encontra-se no fundo do arco-íris. Porquê no fundo e não no inicio? 

O princípio é onde nasce uma ideia, ela toma forma, pode ser verdadeira ou uma mentira, mas ela exterioriza-se pelas circunstâncias de diversos pontos de vista comprovados entre inúmeras ações, umas reais e outras mal entendidas, apenas foram pensadas sem se aprofundar ou querer saber de explicações. Estas, poderão surgir posteriormente, sendo aguardadas há algum tempo, ou mesmo muito tempo, podendo nunca se saber desde quando aconteceu. O esforço está presente em cada detalhe que é implantado nas diversas divisões que habitam o pensamento deste e daquele participante de vida comum ou solitária, e mesmo que se queiram ausentar, quando falando de pensamentos... não adianta, o primeiro passo está dado. Será que o reconhece?

                                                                                                                                  G.L.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Café_DIÁRIO_Afortunada

Afortunada

Sabiamente afortunada de tranquilidade seria perfeitamente razoável e consequentemente adversa a sua personalidade desviar-se da aparente perfeição...

Modéstia à parte e entenda-se se cada sentimento estivesse dentro de um frasco fechado? Poderia ser alternadamente interessante observar a impossibilidade de respirar e ter de confrontar-se com todas as partículas que são os seus haveres. Certamente, poderia conhecer-se melhor e apreciar cada parte de si. 

Contudo, poderia haver uma infinidade de sentimentos que saltariam para fora da tampa, e uma explosão poderiam desencadear, mas não é preciso nada disso. Não, não seria preciso inverter o seu "estado de fusão". Aprecia-se apenas a necessidade de soltar-se, de emergir das águas mais profundas que se desconhecem até certos momentos de revelação e circunstâncias que afluem em certas horas... Parece um desacordo entre as partes, companheiros de sempre, mas que trabalham em união como se reagissem para melhorarem o que pode ser bem melhor. Às vezes, provocam demasiado cansaço. Parece trabalhoso prosseguir para uma meta mais eficaz e concreta, mais bem definida, mais alinhada, mais estimulada para o objetivo final de seja aquilo que for neste extremo segundo em que nada se conhece e tudo é dolorosamente descabido, sem pensar, sem aparência nem uma única forma deslumbrante de anseios, sem motivo de apreciação, ou ainda, sem razão de ter de ser. 

Entretanto lembra-se de que é uma mudança... Ora, como todos as mudanças, algo tem de ficar para trás senão a bagagem fica demasiado pesada, então, alguém se liberta sem saber de quê! Porém fazem-se opções que são válidas para quem as aceita porque voltar atrás, pode não ser a escolha certa porque poderá ressurgir a visualização de um frasco fechado. 

                                                                                                                           G.L. 
                                  

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Café DIÁRIO_Fontes de calor

Fontes de calor 

Fontes de calor manejam a certeza de novos desafios. É uma emboscada que parece desafiante e determinada em escoltar as redes de lançamento sem tréguas. Permita-se abrandar. Deixe de procurar o que já possui, aquilo que já é seu. 

Os espaços abertos procuram incansavelmente uma razão daquilo que parece ausentar-se antes de ainda estar pronto para se mostrar. É como quando as águas que estão a deslizar pela corrente de qualquer rio encontram um obstáculo... Ora, esse, ou terá de aguardar até que a força da corrente o vá desviando e girando, possivelmente criando contornos diferentes e com agilidade para que consiga soltar-se para avançar pela determinação escolhida do antes da sucessão de acontecimentos que deram origem a uma pausa causada sem qualquer aparente pretensão inicial nunca pensada... Ou, alguém lhe deita a mão e poderá sentir-se que vai haver algum esforço, todavia também pode ser com um simples gesto delicado, mas firme, e conseguir desviá-lo rapidamente da desconfortante situação de estagnação em que se encontra, e assim é quebrada e pode-se prosseguir de novo pela corrente abaixo.

O encontro com o calor que maneja as certezas pode ser inercio porque apenas pode ser e pouco, ou quase nada poderá fazer em certas circunstâncias. A facilidade nem sempre faz parte da ação, mesmo que se deseje que não seja dessa forma. Isso é claramente uma certeza que realça à vista ao longo do tempo. É ser-se um pouco visionário para determinadas soluções que parecem invisíveis a olho nu. Claro que há a maravilhosa diversidade de muitas projeções fluentes se alinharem com o que foi previsto, e tornam-se numa certeza evidente perante certos factos, mas esta certeza, nunca poderá ser definida como verdade absoluta. Os desafios rondam a cada segundo de vivências. O que está como certo, mais adiante pode não ser assim, e o mais desafiante nisto, é a alternância desta ingénua afirmação. Por exemplo, a "terra já foi olhada como redonda". Hoje, não é bem assim...

                                                                                                                                    G.L.


quarta-feira, 27 de março de 2019

Café_DIÁRIO_As temperaturas sobem

As temperaturas sobem...

As temperaturas sobem, o ar é estrelejante, o povo liberta-se dos agasalhos e a esperança existente em cada coração gentil, renova-se no centro das multidões que apressadamente soletram as passadas para chegar mais longe, ou pelo menos, ao que se destinaram fazer, nestes dias soalheiros, confusos pelo calor, sem nada prometerem até ao fim do que quer que seja.

E a chuva? Parece que desapareceu, pelo menos por enquanto. - Ó mal de nós! Alguém exclamou enquanto trocava duas palavras atenciosas com a mulher que freneticamente enchia os cestos de pão fresco... Que cheirinho! Isto pensei eu... Enquanto o cheiro do pão fresco saído do forno ia entrando pelas escapadelas da padaria e entrando pelas narinas, seduzindo-me... Elas continuavam a predizer o que lhes ia na alma, nesta manhã tão asseada e airosa.

 - A chuva, não me diga nada?... Não é que semeei umas alfaces e já podiam estar cá para cima, e ainda nem sinal delas?... Se assim continua, vai ser bonito, vai, vai... Atenciosamente, muito confiante e cheia de sabedoria, a senhora idosa, de bengala na mão, com um sorriso contagioso, olhar profundo, brilhante e meigo, disse-lhe: - Imagine que a chuva está a cair no telhado, que é onde faz sempre barulho, e ela não tardará a vir.

De seguida, quem freneticamente trabalhava, levantou as costas e parou... Parou como se talvez nunca tivesse esperado fazer uma pausa imediata. Olhou a outra senhora pensativa... Talvez lhe quisesse perguntar ou responder algo, no entanto nada lhe disse. Todavia, penso que lhe foi impossível, pelo desejo tão expressivo que demonstrou enquanto enchia o cesto de pão, não visualizar a imagem da chuva caindo sobre o telhado. Se foi sobre o seu, ou de outro alguém, não o sei!?... Mas o seu rosto mostrou-se satisfeito com o conselho oferecido, sem reclamações, e muito menos, obrigações, apenas consentiu em utilizar a imaginação. De acordo com a visão sábia da idosa, isso seria o suficiente para que a abençoada chuva de primavera aparecesse. Como se não bastasse, além de elas duas, também não me foi possível abstrair-me de idealizar, nestes dias de temperaturas mais altas para a época, segundo os meteorologistas, pois os entendidos são eles, e poder imaginar os pingos da chuva a caírem nos solenes telhados de cada casa, para assim, saciarem a sede das plantas e outros demais. Simplesmente, imaginar. Imaginemos então... Imaginemos as melhores coisas, sempre! 
                                                                                                                                               G.L.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Café_DIÁRIO_A leitura é a generosidade


A leitura é a generosidade 

A leitura é a generosidade aberta para todos... É a amplitude formada por símbolos escolhidos para esclarecer o que se deseja conhecer e dar a conhecer. Manifestação de conhecimento aguardando o momento de ser interpretado. E é aqui, nesta disposição de linhas com palavras formadas por símbolos, dispostos a acolher a sua disposição, que é gerada a descodificação de uma simples leitura.

Observe que entre certos vales deslizam águas calmamente amparadas pelas montanhas, vestidas de verde e pedras rochosas, quer na margem direita, quer na margem esquerda, então as águas seguem o seu percurso sem atritos até ao momento de desaguarem no local que lhes foi cedido pela imagem natural de serem guiadas até ao seu leito. Nenhuma linha foi desenhada na diagonal, são linhas com vértices por vezes bem vinculados de acordo com o seu clima. De branco, vestem-se os cumes em pelo menos uma estação do ano. Quase oriundo, seu manto é singelo e muito extenso na planície encostada, permanecendo horas sem se desfazer. É num estado gradual que prefere ser desfeito. A luz intensa multiplica-se em volta da colina dando-lhe um estatuto de fortaleza. Quanto mais alta, mais brilhante, e mais inatingível parece ser, mas pode não o ser. O azul entra nas águas e assemelham-se ao céu, confundindo o olhar, tal é em cima como em baixo, de tão abrangente que é o inevitável reflexo. Mais ao longe, brotam quedas de água, uma aqui, e outra ainda mais bela, está mais além, e não é pintura. As cordilheiras sucedem-se no horizonte e esgueiram ao olhar que é estático nessa inflamável, porém calmante visão. Complementa-se com segmentos retraídos pela miragem ausente de uma pequena praia com água cristalina que nasceu não se sabe de onde?... Os olhos moribundos relaxam confrontados com tanta beleza! Nada de congestionamento... Então, não se para. Os dedos dos pés enterram-se na areia fina e branca, parece que corta, mas nada os faz sangrar, pelo contrário, sente-se a cura momentaneamente. Os raios reforçam o instante do que era desconhecido. A leveza sente-se premiada pela felicidade de se conseguir ultrapassar as emoções que pareciam causar um peso maior do que o tamanho do rio que corre entre as belas e sedutoras montanhas de uma serra. 

Interpretante e ciente de modestas palavras criadas ao som do vento que me revitaliza neste ciclo gestual, ambulante e transformador, pode ser assim escolhido para soltar-se e voar até aos cumes mais altos numa leitura sem pretensões majestosas, mas alucinantes de criatividade auspiciosa e credível entre sonhos e angústias de horas que se dissipam como fumo logo que lhes seja permitido deixá-las ir para criar novo espaço de acolhimento para algo sempre melhor. Creio que sim. E você?

                                                                                                                                  G.L.

terça-feira, 12 de março de 2019

Café_DIÁRIO_É tempo de fazer acontecer?

É tempo de fazer acontecer?

"As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser tocadas ou vistas - devem ser sentidas com o coração" (Helen keller)

O sol ainda não nasceu... Cinco e trinta da manhã. O sossegado é brutal. Sente-se que tudo é capaz de entrar pelos buracos das fechaduras, entrar sem pedir licença, sentar-se e deixar-se estar sem correrias, sabendo que dessa forma consegue incutir a alegria de estar presente e ficar a observar. Apenas observar!... De relance, o único ato de observar passa a ser escutar em simultâneo porque um canto desafiador e melodioso faz-se ouvir a alto e bom som sem modéstia nenhuma. Insistente e repetente vai dominando o silêncio anterior de quem madrugou um pouco caindo em sonolência profunda. As notas estoiram pelo ar e sobem como se parecessem bolas de sabão a emergir pelo ar da noite escura e serena. Um sorriso é esboçado nos lábios de pelo menos um rosto que reabre os olhos meio adormecidos e preguiçosos, mas atentos ao frenético cântico da personagem madrugadora que nem sabe descrever fisicamente, pode ser pelo cansaço que ainda vigora ou pela dúvida de quem quer que seja. Porém o sentimento está no auge, está nesse momento muito dedicado em ouvir a melodia que sobe e desce, com os seus agudos transparentes e límpidos de muita experiência... Lembranças do tempo da bicicleta azul que deslizava sem preocupações, em que os segundos pareciam horas a passar invadem o pensamento e nasce mais um sorriso revestido de ternura.

Subitamente, o despertador desperta, o coração acelera, o corpo estremece, as pernas esticam-se assustadas, as costas levantam-se, a cabeça pede mais almofada, o olhar dirige-se para o relógio: 7:15. Os segundos mantêm o seu ritmo certo de passagem, os primeiros raios de sol entram como podem pelos espaços entreabertos da persiana, e o sossego desalinhou-se devido às viaturas que aceleram na rua... Até a troca de mudanças entoam nos tímpanos a alta velocidade... É dia, são horas de levantar. É tempo de fazer acontecer?...

                                                                                                                  G.L.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Café_DIÁRIO_Um balão de ar quente

Um balão de ar quente poderá ser uma lufada de ar fresco? 

Um balão de ar quente poderá ser uma lufada de ar fresco? Como sabemos, este é o mais velho veículo aéreo, e pode tornar-se bastante encorajador para cada apreciador nos dias que correm. 

De dia para dia vemos tudo ser reinventado... É como se tudo precisasse de um novo recomeço e aspira-se a encontrar aquilo que encaixe mais perfeitamente e consiga retirar-nos um pouco da rotina. Embora, se estamos longe dela, é a primeira de quem sentimos saudade. Mas este assunto fica para outro momento de inspiração. E é retomando o segmento de ideias que, desde que foi criado o balão de ar quente, havemos de concordar que foi algo plenamente pensante, e, desculpe-me, não me vou debruçar sobre as suas históricas formas tecnológicas de descoberta e louvores honrosos que a grandes homens se devem, estou sim, a querer descrever aquelas funcionalidades que considero detalhadamente originais, cheias de pormenores porque têm de funcionar em concordância com a atmosfera, então, o que mais me agrada num balão de ar quente além de tudo mais, é a sua velocidade, é aquele seu movimento formal quando ele desliza em contacto com o ar, que ao mesmo tempo parece estar pendurado no céu como se tratasse de marionetas a serem dirigidas por detrás de um grande cortinado azul. Isto é, quando raramente se vê balões de ar quente no céu, aliás, convém que seja num lugar próprio para o exercício desta atividade, aquela imagem sedutora de frescura inovada e equilibrada esvoaçante ao sabor do vento parece o voo de um grande baloiço em subida harmoniosa e tranquila, permitindo-se relaxar em sintonia com o fluxo das nuvens extintas. É digno de se contemplar! 



Num outro ângulo da imagem, a multiplicidade dos padrões dos envelopes que são escolhidos com um sentido estético profundamente surpreendente de acordo com todo e qualquer ambiente de navegação aérea, impressiona! A chama da escolha deste design atualmente é tão colorida, tão diversificada, tão exemplar em benefício da cor que nos leva a ficar de queixo erguido para cima sem pestanejar, apenas requer a lembrança de deixar-mo-nos levar pela imaginação de que se um dia pudesse viajar no mais velho veículo aéreo de todos os tempos, como seria enchido o coração? Aguentaria tanta sedução harmoniosa entre céu e terra, sentira a segurança de se ter os pés na terra, ou poderia-se esquecer tudo o resto nesse espaço louvável como magníficos viajantes deste tempo comovente e reinventado a cada presente?

                                                                                                                                        G.L. 

segunda-feira, 4 de março de 2019

Café_DIÁRIO_Regalo de primavera

Regalo de primavera

Naquele tempo. quando andava descalça pelos campos verdejantes em plena primavera, isso era o que mais queria, muito entusiasmante, seria um regalo de primavera?... Mas já as papoilas dançavam tranquilas no seu palácio real. Parecia que eram coroadas como se fossem delicadas princesas mostrando realezas sensuais em cada um dos seus movimentos convidativos. Havia um amplo espaço que se cobria maioritariamente de verde e a terra fresca reaparecia mais tarde, pronta para receber a semente da época. Mas, era tanta a canseira nesta altura do ano que as andorinhas não tinham descanso. Como seriam as suas vidas? Acreditava-se que era um imenso jardim pintado de púrpura que nunca morria, porque todos os anos renascia, quase como um ritual, um momento de ascensão divino porque havia a colaboração de todos e de um... E assim, de ano para ano, eu ia-o admirando cada vez mais! 

Grandes grupos de malmequeres amarelos colaboravam na dança como convidados eternos que sempre estão presentes quando mais se desejam. E chegam sempre a horas sem esperarem retribuição em troca. Simplesmente, estavam presentes em todas as ocasiões. Naquele jardim, olhava, olhava e fixava-me a olhar a formosa dança das plantas, sobretudo a das papoilas, e percebia que nenhum homem ou mulher as havia semeado ou plantado ali, naquele jardim campestre, elas é que decidiam, quando chegada a sua hora, crescer lá, espontaneamente. Nesses instantes, dos meus lábios nascia um sorriso de entendimento. Assim me parece?...

Às vezes, abro os olhos e vejo esse cativante jardim sem nome, porém, que me pertence e a si também, pelos cuidados com que é tocado no coração, pelas paisagens ultra coloridas sem haver um único pincel na mão de quem o desenhou ou aprimorou. Tudo tão perfeito!?... Acompanhando a passagem do tempo. Tudo tão estimulante para a regalia dos sentidos observadores que delicadamente veneram o seu espaço de encontro ao vento. Que empatia!... Não é o acaso, é assim que é e é assim que as olho, completamente enraizadas em suavidade e maciez junto do seu coração, no seu lugar. E tudo está bem feito?... Se me dedico a falar dos detalhes deste jardim, poucos corações me entendem, poucos acreditam e outros sabem do que falo, porque aprenderam a observar, a ouvirem-se e ainda vêem o mesmo que eu via naquele tempo num jardim natural, autêntico a germinar através da força criadora que a todos satisfaz com elevadíssima beleza como se nada ressurgisse do nada, mas sabemos que é algo mais influente e poderoso. Que lhe parece?...

                                                                                                                                                  G.L.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Café_DIÁRIO_Gostaria de ir?

Gostaria de ir?

Raramente, não se sabe se devemos ficar ou ir... gostaria de ir?

Ir é estar em contacto com o ficar... Ir é o que mais se busca nos trocadilhos que ressuscitam para atrapalhar o que já nasceu trapalhão, segundo o dizem, e por isso é motivo suficiente para esmiuçar a sua componente de significado mais arriscado desde que assim se pensa. Esta ideia trapalhona e incompleta dá azo a outras nostalgias que aparentemente de nada servem. Portanto, se não prometem efeito nenhum nestas novas andanças em prol de bem estar, então porque há a necessidade de se estar a vasculhar a razão do sentido profundo de para onde se quer ir? Caso não seja encontrada uma solução mais benéfica, só se pode ficar... Ficar como está. Mas é assim que gostaria de ficar ou ambicionaria ir mais além?... 

Entre o ficar e o ir o melhor é voltar avaliar seja o que for, e avisa-se de que pode não haver certezas nesta procura insensata que entra pela noite adentro carregada de anseio e adrenalina convincente para o contentamento de quem está em volta do teclado despido e escolhendo entre ir ou ficar. Realmente, parece absurdo. Porém, acredita-se que sempre que se vai também se fica, quer seja a matutar na razão de ter ficado ou de ter-se ido, mantendo-se calado. A parte legível e decifrada ficou no silêncio da época em que foi proclamada, quer tenha sido entendida, ou ainda não. Então, nada se pensou. Para alguém pensante, pode ser difícil ficar sem pestanejar porque não entendeu ainda nada do que espera conseguir absolver em pouco tempo. Provavelmente, há quem não discorde de que ir em frente é um ato bem corajoso e preciso. Por outro lado, numa vertente mais estática, ficar porque se gosta de ficar, e apenas é assim, também é um ato nobre e precioso porque se escolheu ficar e à primeira vista, estar de bem, e assim não há a busca de sentir que tem de ir, então fica-se onde se deve estar. Nestes dois pólos, constatam-se duas formas positivas de viver, de conhecer, de saber escolher, de preservar a atitude certa que em dado momento se pode aprisionar a qualquer sujeito bem dado consigo e com todos os outros, em que é preciso saber respeitar... Ir ou ficar?

Fico no silêncio profundo da noite com a alma a suspirar pela lembrança cor-de-rosa de que mais um dia já passou e a chuva cai de mansinho para suavizar e lembrar de como é sempre um bem abençoado. É nesta almofadada quietude que é bom agradecer pelo bem de querer ir em frente... Pelo bem de respirar, pelo bem de desejar, pelo bem de caminhar, e pelo bem de todo o bem. Se há os sons do ruído do trânsito, vozes de pessoas aceleradas, risadas desatinadas... mas que provocam um sorriso, certamente é um bem. Se o pássaro teima em cantar, mesmo de noite, ou se o gato que está no prédio ao lado, não para de miar, porque os donos o deixaram na varanda, um bem deve ser... Mesmo que dê vontade de sair do aconchego e ir bater-lhes à sua porta, e de preferência, suavemente, dizer alguma coisa. Mas dizer-lhes o quê? Já não parece muito bem, para os donos, pois para o gato?...

                                                                                                                          G.L.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Café_DIÁRIO_Aonde fica o parque novo mundo?

Aonde fica o parque novo mundo? 

Hoje com a relva reluzente, o banco vermelho do jardim do parque novo mundo, parece pequeno para tanta afluência? Afluência do descanso... Aquela vontade de parar e nada mais fazer. Nada, nada, nada?... Não é bem assim, (sorriso) é apenas uma maneira de se expressar uma certa vontade que assiste no momento do corpo e é transmitida para a mente, ou algo diferente, porque raramente se consegue estar em tal estado, mesmo no parque novo mundo...  

Bem, descontraidamente, os cantos enchem o parque de vibrações melodiosas. Cada celebridade tem um nome, que me é desconhecido, mas afinal, nem é assim tão importante, nem estava a pensar nesse pormenor... O mais delirante é os sons que ecoam pelos raios vistosos das árvores centenárias ainda despidas e sem preconceitos de serem admiradas. Pois e o descanso?.. Era nisso que estava a pensar, e há alguém que não está a pensar da mesma maneira, pelo contrário, parece um desafio de agudos, onde cada um procura realçar-se dos demais que habitam neste parque, ou para aqueles que estão de passagem... É curioso, porque para quem procura um cantinho em um banco vago, delira com a cabeça para cima e se se descuida, logo um encontrão é dado sem querer. Em baixo, na terra avermelhada, cansada de pegadas, comparada com a manhã, onde se joga a todo o vapor ténis, a bola parece juntar-se ao entusiasmo da passarada. Pum, pum, pum... E o eco prolonga-se.

Quanto ao descanso no parque novo mundo? Este, é desfrutado e partilhado, e até parece amistoso entre todas as criaturas visíveis e invisíveis, talvez, assim seja... Como "nem tudo o que reluz é ouro", provérbio interessante!? Pode-se ser, sem se ser, e afinal nunca se foi, no entanto, até há esforço em ser-se... Naturalmente, é-se porque somos, quem?

Manifestações calmantes alegram-se pelos corações pensativos de contemplação. O olhar enche-se de brilhantes gotículas desenfreadas pela emoção de quem recorda passagens da vida. Analiticamente a sobrancelha franze-se no centro da testa com paragens ausentes de presença sincera e amiúde entre retalhos de sons que se desenrolam como um rápido flash de outrora... Sorrisos parados e quietos observam o rosto com teimosia de relembrar o que fez, o que queria ter feito, e o que se vai fazer?... E na volta ao parque, e aquele pensar em nada fazer, torna-se de novo o pensamento do prazer pelo qual foi decidido entre os quatro passos e os que se seguiram pelo carreiro do roseiral podado, que está fortemente enraizado para que surjam os rebentos de onde brotarão belos e perfeitos botões de rosas cheirosas e lustrosas. Para quem?...

Certamente, para mim e para você!?...

                                                                                                                                     G.L.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Café_DIÁRIO_Na areia de pés descalços, a areia seca estala e sente-se.

Na areia de pés descalços, a areia seca estala e sente-se. A água salgada entra em contacto e humedece a areia apertando-a, tornando-a mais deslizante e lisa como se tornasse aveludada, mas torna-se mais limpa e firme.  E o ambiente audível que faz estremecer e arrepiar a pele?... Ah! As ondas vão e vêm ajudando a esticar os ossos presos do frio que reagem aos estímulos frescos e suaves. Devagar segue-se em contemplação das cores paralisadas e amistosas. A praia é longa e as pedrinhas estendem-se, trazidas mais uma vez pelo seu mar. Mais tarde, regressam ao local de onde vieram. Gostaria de continuar?...

Apesar de tudo, o Sol é sublime. Queria descrevê-lo sem ser repetitiva, porém não encontro as palavras certas que o dignifiquem... Mas, fascina-me!... Fascina-me saber que nunca se sente cansado, que quer sempre fazer mais, que continua a brilhar, que não espera retorno, que está presente para uma multidão, quer lhe seja dado o devido valor ou não, que sobrevive ao tempo, que impera como Deus, que é união de muitas nações, que sobe até ao limite, que é pontual com as suas promessas, que sabe estar, que é forte e humilde, que transmite calor e sabedoria, que oculta o desejo de conhecê-lo, que valoriza o mistério oculto de si mesmo, que não reage a ofensas, que alimenta os seres vivos e plantas, que transmite entusiasmo com a sua cor doirada e brilhante, que é capaz de renovar as forças do fraco, que é poderoso pelos séculos dos séculos sem fim, que reanima a imaginação, que é oração dos povos, que é intenso e caloroso, que é amante da Lua, amando-a verdadeiramente embora, às vezes, esconde-se atrás das nuvens devido à sua timidez, mas é compreensível, que é magnificente do alto para o baixo, que expande sabedoria a quem procura o conhecimento, que é uma luz que ilumina o mundo... Pensa-se no que é, no que parece ser, e no que poderá ser!?... Muito obrigada

                                                                                  G.L.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Café_DIÁRIO_Sentada, de olhar para o alto... e repentinamente, você sabe como me dar respostas?

Sentada, de olhar para o alto...

Sentada de olhar para o alto... e repentinamente, você sabe como me dar respostas? A mão afaga os cabelos, ou afasta-os para que possa ver melhor. 

Escadas de prata?... Não, pode parecer, mas não são. São elevadíssimas e assim permitem subir até onde os olhos podem alcançar, desde que o desejo seja de continuar em frente sem medo das alturas. Claro?... É preciso estar-se ciente de que quando se sobe, depressa se escorrega. Porém, quem já esteve no chão e não soube subi-las por medo, é nesse conhecimento que tem o dever de saber e poder identificar sabiamente qual é a escada mais segura para colocar o seu valioso pé... Sim, muito valioso. Os pés são muito valiosos. Eles suportam todo o nosso peso, seja qual for o tamanho desse peso... E, certamente subir degrau a degrau parece limitado, no entanto, é a forma mais segura de nem sequer ser preciso apoiar-se no corrimão. Embora, não é vergonha nenhuma colocar a mão nele, até diria que dá um certo estilo, aquilo que o dia a dia valoriza bastante, que entra muito facilmente pelos olhos adentro, mas ao que parece, tudo faz parte... Ora então, retomando, consegue imaginar-se? As elevadíssimas subindo, olhar para o alto, uma mão no corrimão e a outra? Faça a sua escolha onde a colocaria, a sua, também valiosíssima, outra mão... A direita ou a esquerda, cada um tem a sua resposta. 

De repente, está nas nuvens, onde só conseguia imaginar-se, mas jamais alcançá-las. É lindo e admirável, não é? As pessoas olham-se com Paz no olhar, conscientes de que têm tudo aquilo de que precisam, por exemplo, a água brota em quantidade e qualidade para todos porque todos sabem que é um bem precioso e merecido, e há para todos, então, respeitam-na. Nestes cenários, de frente, a minha escada e a sua pode ser a mesma... É assim?

                                                                                                                         G.L.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Café_DIÁRIO_Vibrações positivas?

Vibrações positivas?

Num plano indefeso a noite brilha consoante a sua beleza o permita. É na luminosa escuridão que se soltam as ideias ou as lágrimas pelo alcance de vibrações positivas. O desenhar aproxima a ideia final... ou não?

Tudo a agir como se parecesse a perfeição?... E lá no fundo tudo está perfeito, porém cada idealização que é desconhecida pode ser ainda mais perfeita se o seu tom se ouvir com verdade. É neste sentido que me ofereço para repensar... As cidades constroem-se perante o que há muito tempo já lá existia, o espaço, a solidez, o ar, a sua cor, o seu perfume, a sua identidade combinada com a radiante atmosfera vibrando positivamente... Quem colocou a primeira pedra apenas foi o visionário mais talentoso com o seu desenhar. Ele sem querer retirou o seu desenho da tela e mostrou-o pedra sobre pedra, ocultando ou desconhecendo, as dores de diversas noites em silêncio até ao resultado final. Em verdade se salientou porque acreditou e confiou o seu plano aos que demais se seguiram, e foram muitos. 

Doravante, quase ninguém nem se lembra do primeiro dia que escolheu para tomar a decisão que mudaria aquele local para sempre. Certamente, apenas são mostradas, ou guardadas, as escolhas mais certas, no entanto, todas elas fizeram crescer o aprendiz que se dispôs a reformar a arte da escuridão em luminosidade onde podem ser orientadas pelo passado e futuro de quem coloca os seus pés em terra firme cheia de graciosidade e manifestamente convidativa de entre milhares que se unem com os seus edifícios, mais ou menos brilhantes, porém, muitos são bastante acolhedores e cheios de histórias individuais que os séculos guardam no seu mais elevado segredo por lhe ter sido confiado que assim se constrói grande parte das histórias... E uma delas é a sua e a minha!?

                                                                                                                                      G.L.