Afortunada
Sabiamente afortunada de tranquilidade seria perfeitamente razoável e consequentemente adversa a sua personalidade desviar-se da aparente perfeição...
Modéstia à parte e entenda-se se cada sentimento estivesse dentro de um frasco fechado? Poderia ser alternadamente interessante observar a impossibilidade de respirar e ter de confrontar-se com todas as partículas que são os seus haveres. Certamente, poderia conhecer-se melhor e apreciar cada parte de si.
Contudo, poderia haver uma infinidade de sentimentos que saltariam para fora da tampa, e uma explosão poderiam desencadear, mas não é preciso nada disso. Não, não seria preciso inverter o seu "estado de fusão". Aprecia-se apenas a necessidade de soltar-se, de emergir das águas mais profundas que se desconhecem até certos momentos de revelação e circunstâncias que afluem em certas horas... Parece um desacordo entre as partes, companheiros de sempre, mas que trabalham em união como se reagissem para melhorarem o que pode ser bem melhor. Às vezes, provocam demasiado cansaço. Parece trabalhoso prosseguir para uma meta mais eficaz e concreta, mais bem definida, mais alinhada, mais estimulada para o objetivo final de seja aquilo que for neste extremo segundo em que nada se conhece e tudo é dolorosamente descabido, sem pensar, sem aparência nem uma única forma deslumbrante de anseios, sem motivo de apreciação, ou ainda, sem razão de ter de ser.
Entretanto lembra-se de que é uma mudança... Ora, como todos as mudanças, algo tem de ficar para trás senão a bagagem fica demasiado pesada, então, alguém se liberta sem saber de quê! Porém fazem-se opções que são válidas para quem as aceita porque voltar atrás, pode não ser a escolha certa porque poderá ressurgir a visualização de um frasco fechado.
G.L.
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