quarta-feira, 27 de março de 2019

Café_DIÁRIO_As temperaturas sobem

As temperaturas sobem...

As temperaturas sobem, o ar é estrelejante, o povo liberta-se dos agasalhos e a esperança existente em cada coração gentil, renova-se no centro das multidões que apressadamente soletram as passadas para chegar mais longe, ou pelo menos, ao que se destinaram fazer, nestes dias soalheiros, confusos pelo calor, sem nada prometerem até ao fim do que quer que seja.

E a chuva? Parece que desapareceu, pelo menos por enquanto. - Ó mal de nós! Alguém exclamou enquanto trocava duas palavras atenciosas com a mulher que freneticamente enchia os cestos de pão fresco... Que cheirinho! Isto pensei eu... Enquanto o cheiro do pão fresco saído do forno ia entrando pelas escapadelas da padaria e entrando pelas narinas, seduzindo-me... Elas continuavam a predizer o que lhes ia na alma, nesta manhã tão asseada e airosa.

 - A chuva, não me diga nada?... Não é que semeei umas alfaces e já podiam estar cá para cima, e ainda nem sinal delas?... Se assim continua, vai ser bonito, vai, vai... Atenciosamente, muito confiante e cheia de sabedoria, a senhora idosa, de bengala na mão, com um sorriso contagioso, olhar profundo, brilhante e meigo, disse-lhe: - Imagine que a chuva está a cair no telhado, que é onde faz sempre barulho, e ela não tardará a vir.

De seguida, quem freneticamente trabalhava, levantou as costas e parou... Parou como se talvez nunca tivesse esperado fazer uma pausa imediata. Olhou a outra senhora pensativa... Talvez lhe quisesse perguntar ou responder algo, no entanto nada lhe disse. Todavia, penso que lhe foi impossível, pelo desejo tão expressivo que demonstrou enquanto enchia o cesto de pão, não visualizar a imagem da chuva caindo sobre o telhado. Se foi sobre o seu, ou de outro alguém, não o sei!?... Mas o seu rosto mostrou-se satisfeito com o conselho oferecido, sem reclamações, e muito menos, obrigações, apenas consentiu em utilizar a imaginação. De acordo com a visão sábia da idosa, isso seria o suficiente para que a abençoada chuva de primavera aparecesse. Como se não bastasse, além de elas duas, também não me foi possível abstrair-me de idealizar, nestes dias de temperaturas mais altas para a época, segundo os meteorologistas, pois os entendidos são eles, e poder imaginar os pingos da chuva a caírem nos solenes telhados de cada casa, para assim, saciarem a sede das plantas e outros demais. Simplesmente, imaginar. Imaginemos então... Imaginemos as melhores coisas, sempre! 
                                                                                                                                               G.L.

terça-feira, 26 de março de 2019

Pauta triunfal

Pauta triunfal

A pessoa que te feriu não é você,
Você é a pessoa que te curou!...
É quem escolheu a aceitar-se e esquecer a rejeição.

Preferiu a compaixão ao sentir a sem-vergonhice
É a pessoa que precisou quando sofreu...
E não aquela que te suprimiu!

A promessa é ser sempre melhor
Do que alguma vez, em algum lugar, o foi...
Procurar a solução é a alternativa infinitamente.

E assim, você é luz de amor na sequela da escuridão
E, é aqui, neste momento, que escutará a pauta triunfal!

                                                                         G.L.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Sorriso rasgado

sorriso rasgado
Belíssimo e cativante!

De sorriso rasgado, o coração vive
Pela perfeição, continua um sonhador!
De nada adianta, caso seja silenciador
Pois quando o sente é tremenda a dor...

Inquieto, acalenta-se pela noite viva...
Os cheiros transbordam de recordações
Ora azuis, ora ainda sem definição de cor,
Mas, carregados de imagens antecedentes
Que mimam os pensamentos já calejados.

Afago-os com eterna delicadeza e sabedoria
Remontando o quadro sabiamente como nutrição
Esperançada... Ah! Sim, sentimento renovador!
De sorriso rasgado, jamais me despeço de você.

                                                                                                              G.L.



sábado, 23 de março de 2019

A alegria

escritoragl blog
Beleza...

A alegria é a esperança
No olhar como o seu reflexo,
É nessa morada que anseia viver!

Mesmo naquela insinuante hora.
Essa, evidentemente fragilizada
Essa que parece tão desequilibrada
E desleixada, mas, insiste alimentar-se
Escolhendo um lugar de plena atenção.

Deixe-mo-la viver!

                                                                 G.L.



quarta-feira, 20 de março de 2019

Minhas mãos

primavera, papoilas
Papoilas na primavera

Ter "o mundo nas mãos" é uma bela expressão!
Mas aqui, eu sou feliz por poder abrir as minhas.

Quando as abro, das minhas mãos brotam flores
Num jardim  abençoado onde posso semeá-las.

Logo pela manhã, abrem-se o mais que podem
Para agradecerem a fartura do embelezamento.

Suaves perfumes fermentam o ar madrugador
Como se apenas as tulipas lá tivessem estado!

Elevo-as aos olhos pela sua elevadíssima leveza
Conto-lhes das maravilhas que o jardineiro faz.

Sou feliz por ser dona de tão gratificante jardineiro
Que me ajuda a semear, a colher pelo ano inteiro.

Confio no seu grande poder de me acompanharem
E na sua prontidão a que se prestam diariamente...

Salpicos de água fresca, são a sua morosa perdição
Porém, de ciúmes não se vestem nesta bela estação!

                                                                        G.L.



quinta-feira, 14 de março de 2019

Café_DIÁRIO_A leitura é a generosidade


A leitura é a generosidade 

A leitura é a generosidade aberta para todos... É a amplitude formada por símbolos escolhidos para esclarecer o que se deseja conhecer e dar a conhecer. Manifestação de conhecimento aguardando o momento de ser interpretado. E é aqui, nesta disposição de linhas com palavras formadas por símbolos, dispostos a acolher a sua disposição, que é gerada a descodificação de uma simples leitura.

Observe que entre certos vales deslizam águas calmamente amparadas pelas montanhas, vestidas de verde e pedras rochosas, quer na margem direita, quer na margem esquerda, então as águas seguem o seu percurso sem atritos até ao momento de desaguarem no local que lhes foi cedido pela imagem natural de serem guiadas até ao seu leito. Nenhuma linha foi desenhada na diagonal, são linhas com vértices por vezes bem vinculados de acordo com o seu clima. De branco, vestem-se os cumes em pelo menos uma estação do ano. Quase oriundo, seu manto é singelo e muito extenso na planície encostada, permanecendo horas sem se desfazer. É num estado gradual que prefere ser desfeito. A luz intensa multiplica-se em volta da colina dando-lhe um estatuto de fortaleza. Quanto mais alta, mais brilhante, e mais inatingível parece ser, mas pode não o ser. O azul entra nas águas e assemelham-se ao céu, confundindo o olhar, tal é em cima como em baixo, de tão abrangente que é o inevitável reflexo. Mais ao longe, brotam quedas de água, uma aqui, e outra ainda mais bela, está mais além, e não é pintura. As cordilheiras sucedem-se no horizonte e esgueiram ao olhar que é estático nessa inflamável, porém calmante visão. Complementa-se com segmentos retraídos pela miragem ausente de uma pequena praia com água cristalina que nasceu não se sabe de onde?... Os olhos moribundos relaxam confrontados com tanta beleza! Nada de congestionamento... Então, não se para. Os dedos dos pés enterram-se na areia fina e branca, parece que corta, mas nada os faz sangrar, pelo contrário, sente-se a cura momentaneamente. Os raios reforçam o instante do que era desconhecido. A leveza sente-se premiada pela felicidade de se conseguir ultrapassar as emoções que pareciam causar um peso maior do que o tamanho do rio que corre entre as belas e sedutoras montanhas de uma serra. 

Interpretante e ciente de modestas palavras criadas ao som do vento que me revitaliza neste ciclo gestual, ambulante e transformador, pode ser assim escolhido para soltar-se e voar até aos cumes mais altos numa leitura sem pretensões majestosas, mas alucinantes de criatividade auspiciosa e credível entre sonhos e angústias de horas que se dissipam como fumo logo que lhes seja permitido deixá-las ir para criar novo espaço de acolhimento para algo sempre melhor. Creio que sim. E você?

                                                                                                                                  G.L.

terça-feira, 12 de março de 2019

Café_DIÁRIO_É tempo de fazer acontecer?

É tempo de fazer acontecer?

"As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser tocadas ou vistas - devem ser sentidas com o coração" (Helen keller)

O sol ainda não nasceu... Cinco e trinta da manhã. O sossegado é brutal. Sente-se que tudo é capaz de entrar pelos buracos das fechaduras, entrar sem pedir licença, sentar-se e deixar-se estar sem correrias, sabendo que dessa forma consegue incutir a alegria de estar presente e ficar a observar. Apenas observar!... De relance, o único ato de observar passa a ser escutar em simultâneo porque um canto desafiador e melodioso faz-se ouvir a alto e bom som sem modéstia nenhuma. Insistente e repetente vai dominando o silêncio anterior de quem madrugou um pouco caindo em sonolência profunda. As notas estoiram pelo ar e sobem como se parecessem bolas de sabão a emergir pelo ar da noite escura e serena. Um sorriso é esboçado nos lábios de pelo menos um rosto que reabre os olhos meio adormecidos e preguiçosos, mas atentos ao frenético cântico da personagem madrugadora que nem sabe descrever fisicamente, pode ser pelo cansaço que ainda vigora ou pela dúvida de quem quer que seja. Porém o sentimento está no auge, está nesse momento muito dedicado em ouvir a melodia que sobe e desce, com os seus agudos transparentes e límpidos de muita experiência... Lembranças do tempo da bicicleta azul que deslizava sem preocupações, em que os segundos pareciam horas a passar invadem o pensamento e nasce mais um sorriso revestido de ternura.

Subitamente, o despertador desperta, o coração acelera, o corpo estremece, as pernas esticam-se assustadas, as costas levantam-se, a cabeça pede mais almofada, o olhar dirige-se para o relógio: 7:15. Os segundos mantêm o seu ritmo certo de passagem, os primeiros raios de sol entram como podem pelos espaços entreabertos da persiana, e o sossego desalinhou-se devido às viaturas que aceleram na rua... Até a troca de mudanças entoam nos tímpanos a alta velocidade... É dia, são horas de levantar. É tempo de fazer acontecer?...

                                                                                                                  G.L.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Canção do lilás

Quanta aspiração emana pelo universo
Esvoaçando sem limites para alcançar
O mais profundo dos desejos orientadores?
Eles fortalecem as forças resistentes
Em torno da procura e embelezamento
Da ação credível  marcada nas rochas
Em frente das décadas e séculos sem fim.

É abrasadora a simplicidade criadora...
Da eterna conquista incansável
Pelas forças plenamente conseguidas
E honestidade giratória do pensamento
Quando o apelo é realizado com sabedoria.

Sou criadora de palavras sensíveis...
Pelo gosto de colorir de tinta o branco.
Gostaria que fossem as mais perfeitas
Mas reconheço que nem sempre o são!
Cantando a canção do lilás suavizante
Faço parte do apelo emanante do todo.

                                                        G.L.



sábado, 9 de março de 2019

Faísca mágica


Inflama o mundo
Faísca mágica!
Não te deixes intimidar
Pois tua força
É poderosa.

Vives em cada coração,
Por vezes mais adormecida
Nuns do que em outros.
Mas, estás lá
Desde sempre.

Trajada da cor que desejares,
Porém teu arco-íris é grandioso
Porque combate todos os tempos
Em que viveste e vives!
Tornas-te visível, sempre que queres.

Vem, e aconchega-te
Em roseirais de flores vivas,
Em prados de valentia,
Em esperanças esmorecidas,
Em obras de arte...

                                         G.L.



quinta-feira, 7 de março de 2019

Café_DIÁRIO_Um balão de ar quente

Um balão de ar quente poderá ser uma lufada de ar fresco? 

Um balão de ar quente poderá ser uma lufada de ar fresco? Como sabemos, este é o mais velho veículo aéreo, e pode tornar-se bastante encorajador para cada apreciador nos dias que correm. 

De dia para dia vemos tudo ser reinventado... É como se tudo precisasse de um novo recomeço e aspira-se a encontrar aquilo que encaixe mais perfeitamente e consiga retirar-nos um pouco da rotina. Embora, se estamos longe dela, é a primeira de quem sentimos saudade. Mas este assunto fica para outro momento de inspiração. E é retomando o segmento de ideias que, desde que foi criado o balão de ar quente, havemos de concordar que foi algo plenamente pensante, e, desculpe-me, não me vou debruçar sobre as suas históricas formas tecnológicas de descoberta e louvores honrosos que a grandes homens se devem, estou sim, a querer descrever aquelas funcionalidades que considero detalhadamente originais, cheias de pormenores porque têm de funcionar em concordância com a atmosfera, então, o que mais me agrada num balão de ar quente além de tudo mais, é a sua velocidade, é aquele seu movimento formal quando ele desliza em contacto com o ar, que ao mesmo tempo parece estar pendurado no céu como se tratasse de marionetas a serem dirigidas por detrás de um grande cortinado azul. Isto é, quando raramente se vê balões de ar quente no céu, aliás, convém que seja num lugar próprio para o exercício desta atividade, aquela imagem sedutora de frescura inovada e equilibrada esvoaçante ao sabor do vento parece o voo de um grande baloiço em subida harmoniosa e tranquila, permitindo-se relaxar em sintonia com o fluxo das nuvens extintas. É digno de se contemplar! 



Num outro ângulo da imagem, a multiplicidade dos padrões dos envelopes que são escolhidos com um sentido estético profundamente surpreendente de acordo com todo e qualquer ambiente de navegação aérea, impressiona! A chama da escolha deste design atualmente é tão colorida, tão diversificada, tão exemplar em benefício da cor que nos leva a ficar de queixo erguido para cima sem pestanejar, apenas requer a lembrança de deixar-mo-nos levar pela imaginação de que se um dia pudesse viajar no mais velho veículo aéreo de todos os tempos, como seria enchido o coração? Aguentaria tanta sedução harmoniosa entre céu e terra, sentira a segurança de se ter os pés na terra, ou poderia-se esquecer tudo o resto nesse espaço louvável como magníficos viajantes deste tempo comovente e reinventado a cada presente?

                                                                                                                                        G.L. 

quarta-feira, 6 de março de 2019

Café_DIÁRIO_Oh, que belo guarda chuva!

Oh, que belo guarda chuva!

Era o guarda chuva. Oh, que belo guarda chuva! Na escuridão da noite, pediu para que o abrisse. Perguntei porque o deveria abrir se o céu estava estrelado? Com dúvida, voltou a reforçar o seu pedido. Ora, como se pode negar um pedido? Mesmo assim, algo pode acontecer do nada, sem se esperar ou acreditar?

Ao redor, os ventos sopraram devagarinho. Havia, luz... a luz das estrelas! Seu brilho tornou-se incandescente como a querer transmitir sinais, sinais de alerta!?... Nada havia a temer, apenas restava testemunhar, isso pode ser importante na hora de se decidir. Quando a decisão, é a mais certa, é bastante transformadora, para os dias que se seguem. Então, quase a chegar à encruzilhada, um corvo salta para outra árvore e o guarda chuva abriu automaticamente, era branco, só branco. O vulto do corvo passou por cima dele, e na incerteza se fica se seria um corvo? Nesse instante, um circulo com as dimensões do guarda chuva, abriu-se como uma passagem de luz branca que rodava lentamente nos raios da circunferência, pois havia raios. Parecia um remoinho elevado no ar. Salpicos de água, zumbindo, vinham ao encontro do guarda chuva que ia mudando de cor. Em vez de branco, manteve--se azul celeste por segundos, consoante a luz branca rodava, os salpicos de água eram mais abundantes, e cor azul celeste torna-se rosado, mais e mais luz, mais e mais salpicos, eis que a escuridão da noite desaparecera e tornou-se azulada violeta, e o guarda chuva voltara a ser branco, pairando no ar... mas, parecia um íman. Um íman que arrasta aquilo que quer e para onde deve de ir. E o seu amor, fez-me perceber que precisava de você. Porquê agora lembrar o seu amor? Pois, é neste momento, que apenas me lembro da palavra "amor", pela sua imensidade infinita, pelo seu valor universal, pela capacidade de tudo se transformar num ápice como um fechar de olhos...

É também nesse instante que o zumbido dos salpicos de água, não se ouvem mais, mas continuam a sucederem-se mais freneticamente, mas unicamente se vêem por entre os raios da luz da circunferência que se mantém branca. Vontade de fechar os olhos e apenas sentir, sentir com o coração que se rende à atmosfera do momento sensível e mágico que se pode viver de cada vez que se abre um guarda chuva branco sem ser aberto por si, ele abrirá à mesma para que se possa manifestar em como é possuidor de algo maravilhoso à espera de ser aberto por nós mesmos. Façamos a nossa escolha, com a dignidade que nos é oferecida tendo em vista, o bem, sempre! ...  Muito obrigada

                                                                                                                                   G.L.




segunda-feira, 4 de março de 2019

Passos

Passos, agora
Adicionar legenda

Agora, até este último segundo,
Quantos passos já deu?...
Esquerda e direita, direita e esquerda,
Um mais lento, outro mais acelerado,
Outro de saltinho, outro de tropeção,
E aquele que foi mais elegante à saída da porta,
Ou aquele que bateu no paralelo, quase que caía,
Mas o outro passo auxiliou na queda, e não foi desta...

Mas há o passo certo, sempre firme,
Aquele que nunca tomba, que sabe seguir em frente
Mesmo após a queda, que foi uma aprendizagem...
É sempre memorável... Ah! Como é bom reconhecer-se!

                                                                                          G.L.








Café_DIÁRIO_Regalo de primavera

Regalo de primavera

Naquele tempo. quando andava descalça pelos campos verdejantes em plena primavera, isso era o que mais queria, muito entusiasmante, seria um regalo de primavera?... Mas já as papoilas dançavam tranquilas no seu palácio real. Parecia que eram coroadas como se fossem delicadas princesas mostrando realezas sensuais em cada um dos seus movimentos convidativos. Havia um amplo espaço que se cobria maioritariamente de verde e a terra fresca reaparecia mais tarde, pronta para receber a semente da época. Mas, era tanta a canseira nesta altura do ano que as andorinhas não tinham descanso. Como seriam as suas vidas? Acreditava-se que era um imenso jardim pintado de púrpura que nunca morria, porque todos os anos renascia, quase como um ritual, um momento de ascensão divino porque havia a colaboração de todos e de um... E assim, de ano para ano, eu ia-o admirando cada vez mais! 

Grandes grupos de malmequeres amarelos colaboravam na dança como convidados eternos que sempre estão presentes quando mais se desejam. E chegam sempre a horas sem esperarem retribuição em troca. Simplesmente, estavam presentes em todas as ocasiões. Naquele jardim, olhava, olhava e fixava-me a olhar a formosa dança das plantas, sobretudo a das papoilas, e percebia que nenhum homem ou mulher as havia semeado ou plantado ali, naquele jardim campestre, elas é que decidiam, quando chegada a sua hora, crescer lá, espontaneamente. Nesses instantes, dos meus lábios nascia um sorriso de entendimento. Assim me parece?...

Às vezes, abro os olhos e vejo esse cativante jardim sem nome, porém, que me pertence e a si também, pelos cuidados com que é tocado no coração, pelas paisagens ultra coloridas sem haver um único pincel na mão de quem o desenhou ou aprimorou. Tudo tão perfeito!?... Acompanhando a passagem do tempo. Tudo tão estimulante para a regalia dos sentidos observadores que delicadamente veneram o seu espaço de encontro ao vento. Que empatia!... Não é o acaso, é assim que é e é assim que as olho, completamente enraizadas em suavidade e maciez junto do seu coração, no seu lugar. E tudo está bem feito?... Se me dedico a falar dos detalhes deste jardim, poucos corações me entendem, poucos acreditam e outros sabem do que falo, porque aprenderam a observar, a ouvirem-se e ainda vêem o mesmo que eu via naquele tempo num jardim natural, autêntico a germinar através da força criadora que a todos satisfaz com elevadíssima beleza como se nada ressurgisse do nada, mas sabemos que é algo mais influente e poderoso. Que lhe parece?...

                                                                                                                                                  G.L.

sexta-feira, 1 de março de 2019

PRAIA DE PORTUGAL_Janeiro de 2019

Infinito admirável...
Você está comigo, sempre!

Quando quero exprimir o que realmente sinto
Ao olhar para semelhante e profunda beleza...
Minhas singelas palavras esgotam-se.
 Muito obrigada!