O frio faz estremecer
O frio faz estremecer os legumes na praça. As mãos gélidas do vendedor seguram-nos e endireita-os com simpatia e ansiedade para os despachar da banca antes que esta quebre com tantas tremores. É janeiro... E nem é cedo, nem é tarde. A manhã decorre em fraterno cumprimento com a disposição à semelhança de cada vendedor.
O frio faz estremecer os legumes na praça. As mãos gélidas do vendedor seguram-nos e endireita-os com simpatia e ansiedade para os despachar da banca antes que esta quebre com tantas tremores. É janeiro... E nem é cedo, nem é tarde. A manhã decorre em fraterno cumprimento com a disposição à semelhança de cada vendedor.
Olhares dispersos entre as gentes da rotina habitual e o terno desembaraço que os acompanha na troca dos trocos. Vontades de esvaziar os seus bens, clamam agilidade e com sabedoria a chegada de clientes que se aproximam pela confiança extra natural de quem por hábito recorre ao mesmo local, ora por satisfação, ora por necessidade comum. É de sublinhar a risada estridente que se espalha entre pessoas, legumes e muito sol. Com frequência, torna-se contagiante para todas as direções... Pois é nesse instante que muitas cabeças rodam ao encontro do som que estoura de uma, que dessa forma, mesmo estrondosa, ninguém se apercebe de onde veio afinal.
Felizmente, há sempre alguém que observa e ri de contentamento, não por gozo, mas pela simplicidade que reina em tão formoso espaço abundante de gente corajosa e trabalhadora, que diariamente, prepara o seu reinado...
G.L.
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