quarta-feira, 19 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_ A vida

A vida

A vida sem perda e frustrações é quase impossível. Todos as sentem. Mais cedo ou mais tarde, elas surgem. Ás vezes do nada. Sem se esperar. Outras vezes, reconhecem-se que aconteceram sem nos apercebemos. Talvez seja o melhor. Ou não?...

Felicidade era alegre. Mesmo quando chorava. Vivia a vida com intensidade. Era honesta. Até quando pernoitava no hospital, no leito em que aguardava melhoras rápidas. Sempre rápidas. Jamais deixou de sonhar. Até quando tinha pesadelos e acordava em suores frios. Dialogava imenso. Sobretudo consigo própria, e muito mais ainda se se sentia cercada pela solidão. Considerava-a de alento para a caminhada.

Os cabelos embranquecem. Mas a juventude continua na sua mente e no seu espírito. Contavam-se inúmeras experiências, umas pareceram fora do comum, únicas, bem interessantes, outras, proporcionaram aprendizagens que a própria valorizava melhor do que ninguém. São como as suas, não é verdade?...

Amava a família. Respeitava-a imensamente. Mesmo naquelas situações que não sentia ser compreendida. É assim que amava. Agradecia muitíssimo, apesar de certas coisas não correrem tão bem como desejaria no seu entendimento. 

Amava a simplicidade. A brisa da manhã no rosto com os raios do sol a taparem-lhe a vista como se fosse sufocada com tanta luz nos olhos. Os salpicos da água da mangueira que formavam um arco-íris. Magnífico! E a geada?... Fria e gélida. O cheiro da terra molhada após muito tempo árida. E o cheiro do ar, se então chovia pelo verão. Eram muitos os motivos que faziam sorrir a sua alma com grandes emoções. E tudo era pequeno, passageiro... Instantâneo. Mas ria. Ria até dos disparates que pensava...

Sempre feliz. Desistir era a palavra rara. Jamais. As deceções também ocorriam, mas continuava firme aos seus ideais com coragem. Dúvidas, lágrimas e alegrias, tivera-as. Mas soubera compartilhá-las com os amigos. Alegrava-se com o dia, mas também refletia na beleza da noite. O sono era o senhor do momento respeitoso que tudo curava. E agradecimentos? Sempre dava graças por si e pelos outros. 

                                                                                                                                             G.L. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

É seu

Preenchido por ouro
É seu

É seu!
Um recanto doirado
Preenchido por ouro.

Existe
Desde a sua construção inicial.
Muito profundo,
O maior de todos os demais!

Pare.
Encontre-o
Se não acredita nestas palavras.

Há beleza,
Harmonia,
Integridade,
Serenidade...

Caminhos fiéis
Tudo o que precisa
Da profundeza amorosa de si.

                                                      G.L.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Café_DIÁRIO_Soalheira e ventosa

Soalheira e ventosa... 

Soalheira e ventosa, mas cativante de dimensões pequenas. Assim se descreve. Os jardineiros cuidam do seu jardim e os calceteiros cuidam da sua rua após alguns dias. Aguardava-se a sua chegada. É com determinado cuidado e escolha que vão encaixando cada pedra no seu devido lugar. Assim parece ser. Os joelhos aconchegam-se. Determinam a posição, aparentemente menos incansável de quem passa horas seguidas ajoelhado, apenas movendo o tronco corporal como uma sineta em alerta... E trabalha-se com pensamentos a boiar à tona da superfície da cabeça, ou dentro dela? Eu caminho. Sigo os detalhes da arte desenhada no chão. 

Mais adiante, os lenhadores destroem o verde com pesadas máquinas. Deitam as árvores abaixo. Deixam-lhes as raízes agarradas à terra com o resto do tronco. O espaço é fechado. Seguem ordens que se dizem projetadas para o futuro. Qual futuro? Argumenta-se que para a sua segurança e a minha, assim passou a ser. É como uma lagoa que tem tanto de tamanho como de profundeza. Não se vê? Sim, vê-se. Ou melhor, via-se. A partir desse dia passou-se a ver mais prédios. E como são altos. São necessários. Sempre lá estiveram. E as árvores? Aquelas que já estavam lá. A sombra com cheiro a verde. Pois. Essa, desapareceu?... O abafo das temperaturas elevadas que com leveza murmuravam ao som das folhas. E as aves a chilrear com milagres para contar. Para onde teriam ido? O espaço está mais aberto, mais amplo... mas algo se fechou desde esse último dia.

Dona Mariana do dia para a noite sentiu-se incrédula. As aves a quem tomava por amigas fiéis... que seriam delas? Saberiam encontrar os grãos de arroz e migalhas de pão que eram depositadas no telhado do pátio do sétimo andar propositadamente para as suas convidadas se servirem diariamente. E ela? Voltaria aos dias em que se limitava naqueles tempos antigos em que abria as persianas e visualizava o betão engarrafado em altas altitudes... Como tudo é incerto!

                                                                                                                       G.L.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Sem segredos

Sem segredos

Fite-me, pois sou cristalina,
Límpida, pura e refrescante.
Caio e prossigo, sem segredos.

Cristalina, límpida e fresca?
É ela que cai sem segredos.
Viçosa e enfeitada
Porque assim o deseja.

Molhada e solta vou caindo
Sem pedir licença a ninguém.
Recolho-me em pensamentos passageiros?

Não ela não quer pensar.
Neste momento, na chuva,
O seu entusiasmo ocupa o lugar
Das mensagens pensadas em silêncio.

Elas caem como pingos suaves.
Molestam a inquietude da luz do dia.
Rejeitam todas as estradas por onde andaram.

Se lhe fizessem lembrar, choraria.
Choraria como as pingas da chuva!
Mas salgadas, e não doces e frescas.
Completas pela revitalização do ar.

Ela, sabe e prediz a recriação
Ora da esquerda, ou da direita.
Cai em fio como torrente forte.

Cristalina, límpida e fresca?
É ela que cai sem segredos.
Viçosa e enfeitada
Porque assim o deseja.

Fite-me, pois sou cristalina,
Límpida, pura e refrescante.
Caio e prossigo, sem segredos.

                                                                             G.L.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Era uma aldeia

Era uma aldeia

Era uma aldeia. Diria uma aldeia grande, por vezes pálida mas alegre. Uma pequena igreja abrigava-se entre os vales. Noutra década, seus caminhos eram estreitos, curvados, difíceis de contornar. No inverno eram cobertos por lama. Jogavam-se os saltinhos para não se sujar o calçado. Os sapatos eram os mais frágeis nesse instante. Hoje, não é bem assim. 

A criança madrugava para assistir à primeira missa de domingo com os adultos, com outras crianças.  Preguiças ficavam de lado e nem se conheciam. Éramos recebidas com alegria e sentimento de bravura por toda a paróquia com elegância nas atitudes e nas vestes que trajavam nesse dia. Talvez por ser domingo? Penso que não. Os sinos tocavam para a entrada. Cânticos soavam como alarme inicial. De repente, o silêncio. Magnífico! Porém, a tosse de alguns presentes soava, e lamentavam em leves suspiros de outros. Olhares e sorrisos das crianças perto, sobretudo, das mães permaneciam até se acalentarem no refugio das primeiras palavras dirigidas como um eco distante. Sugestivas orações expandiam-se em redor dos quatro cantos e automaticamente respostas avançavam como se fossem esperanças. Os cânticos ressurgiam de acordo com as melodiosas mensagens. Era um momento são que parecia curador. As atenções inclinadas para a frente. O acolhimento era total. Os incrédulos mostravam-se crentes nesse momento. Sugestões de pedidos eram confiados a quem tudo pode. A fé manifestava-se na simplicidade de pessoas crentes e outras tementes. Os conhecimentos filosóficos e outros eram raros por diversos motivos que a enumeração torna-se pequena para o fazer. Então fico por aqui.

                                                                                                                                                     G.L. 

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Admiráveis formigas


As formigas são maravilhosamente admiráveis.
Possuem uma gestão muito organizada. 
É só observá-las! 
Se é da neve? Toda a brancura que se vê... Neve não é. No entanto, parece que flutuam no carreiro construído. Trabalham sem darem importância aos obstáculos que as rodeiam.
O que as envolve na sua lida parece magnetização entre a sabedoria oculta dos demais habitantes suas redondezas espaciais. Tarefas cumpridas com primor e talento, não há correrias... 
Contemple-as.
                                                      G.L.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Infinto

Infinito

Gosto do sentido de certas palavras,

Mas, a palavra infinito? Ah! É bela.
Sua graciosidade, nunca possui afim
Porque esse seu fim, não tem limites.

Como é mágico imaginar o universo!
Contém todas as maravilhas do diário,
Assim como ilustres estrelas da noite.
Que bom admirá-las! Nunca contá-las.

O oceano ondula de infinitas emoções
Que brindam entre céu e terra, amados.
Ora, para mim ainda é mistério infinito
E aqui para nós... Ainda o é para você?

Ninguém ainda revelou o seu princípio, 
Porque o que nos é segredado, guarda-se.
E, vive-se maravilhosamente, para sempre!
Inexplicavelmente, como eterno e gigantesco...

                                                   G.L.

terça-feira, 14 de maio de 2019

O pólen

O pólen

Algodão límpido no azul?...
Aqui, à distância, vejo pólen. 
Que contemplativa sabedoria!
Enquanto gira, sobe flutuando.

Convence, inspira e seu reflexo

É cativante pela firmeza da leveza.
Sonhador nesses seus movimentos,
Encoraja-se naquele sopro invisível.

A borboleta, tão hábil, encontra-o,

Esmera-se em serenidade tranquila.
É energética, afortunada de sentidos!
Preenchida com luzes branquíssimas.

Ultrapassa o pólen, quase sem lhe tocar

Mostra-lhe aquele seu desejo de liberdade
Conquistado nesta subtil manhã de elegância .

                                                                                                                      G.L.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Café_DIÁRIO_Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris...

Um tempo tão especial

E se as cores do arco-íris descessem e quisessem chegar mais perto de você? Mas, você retirar-se-ia com vergonha por ter guardado os sonhos a sete chaves, aqueles... de um tempo tão especial.

Manteve-se a esperança? Sim. Claro que sim. É importante! É tudo o que não nos deixa fragilizar perante os abismos. Entenda-se bem, "abismos"... Aqueles que são mais raros, no entanto, serão cruciais para as tonalidades da vida porque elas apresentam-se diante da cegueira e paralisam os músculos, deixando-os frágeis, sem forças para lutar e fazer surpreender o surpreendente que se sente infortunado nesse momento, quando se sente sem oxigénio suficiente para aspirar mais forte.

Contrariedades do dia a dia, são naturais, embora dispensavam-se... pode ser que sim, penso que a maioria de nós assim pensa. Por outro lado, sabemos que fazem parte da caminhada para se reconhecer os benefícios do bem, do agradável, daqueles momentos bem passados e são tantos..., não é verdade? Então, as recordadas e ditas contrariedades, ultrapassam-se constantemente sem muletas. Caso acontecesse tudo certinho, certinho, não haveria a mesma fragrância, faltaria o cheiro a suor, aquele que faz renovar a nossa pele todos os dias pela vontade de se conseguir vencer as sucessivas provas de ânimo, o entusiasmo vibrante correndo nas veias, de se chegar mais próximo do desejo que parece mesquinho e secreto, ou não? Há o pote de ouro para os que acreditam. E, segundo dizem, ele encontra-se no fundo do arco-íris. Porquê no fundo e não no inicio? 

O princípio é onde nasce uma ideia, ela toma forma, pode ser verdadeira ou uma mentira, mas ela exterioriza-se pelas circunstâncias de diversos pontos de vista comprovados entre inúmeras ações, umas reais e outras mal entendidas, apenas foram pensadas sem se aprofundar ou querer saber de explicações. Estas, poderão surgir posteriormente, sendo aguardadas há algum tempo, ou mesmo muito tempo, podendo nunca se saber desde quando aconteceu. O esforço está presente em cada detalhe que é implantado nas diversas divisões que habitam o pensamento deste e daquele participante de vida comum ou solitária, e mesmo que se queiram ausentar, quando falando de pensamentos... não adianta, o primeiro passo está dado. Será que o reconhece?

                                                                                                                                  G.L.

domingo, 5 de maio de 2019

Uma pétala

Rosa. Uma pétala possui todo o seu charme

Uma pétala

Uma pétala possui todo o seu charme.
É aveludada, transparente e fascinante
E se estiver coberta de orvalho, vejo-o.
Então, cativar-me-à da sua sensibilidade.

Um morango é doce quando está maduro,
Sua cor é paixão assim como o seu sabor.
Em maio embeleza-se no peito do seu pé
Antes de ser mordido de saboroso desejo.

Uma caixa?... Há-as com imensas texturas
Mas, a minha caixa preferida, nunca se vê.
Ela conhece os sonhos da minha verdade...
Confidencio-lhe e confio-lhe o meu desejo!

Porque uma pétala possui todo o seu charme.

                                                                  G.L.
                                                                    




sábado, 27 de abril de 2019

Os búzios

poema; os búzios
Os búzios

Os búzios espalhados nesta praia,
Murmuram, chamando pelas ondas
Que aguardam o seu melodioso som.
Enquanto caminho, anseio o convite
Da melodia que alcançará as estrelas...

E, de vestes frescas, brancas, esvoaçantes
Deslizo levemente sem dar sossego à areia.
As dunas evaporam-se ao som do seu nome
E tocam o meu rosto, num toque refrescante
Que vão fortalecendo o peito em cada batida.

Tantos salpicos, muitos, incontáveis nesta caminhada
De aspirações doces, que se tornam repletos suspiros
Onde milhares de emoções dançam nas pupilas escuras,
Ora sorridentes, ora incrédulas, porém ténues de sonho...

                                                                            G.L.





terça-feira, 23 de abril de 2019

Café_DIÁRIO_Afortunada

Afortunada

Sabiamente afortunada de tranquilidade seria perfeitamente razoável e consequentemente adversa a sua personalidade desviar-se da aparente perfeição...

Modéstia à parte e entenda-se se cada sentimento estivesse dentro de um frasco fechado? Poderia ser alternadamente interessante observar a impossibilidade de respirar e ter de confrontar-se com todas as partículas que são os seus haveres. Certamente, poderia conhecer-se melhor e apreciar cada parte de si. 

Contudo, poderia haver uma infinidade de sentimentos que saltariam para fora da tampa, e uma explosão poderiam desencadear, mas não é preciso nada disso. Não, não seria preciso inverter o seu "estado de fusão". Aprecia-se apenas a necessidade de soltar-se, de emergir das águas mais profundas que se desconhecem até certos momentos de revelação e circunstâncias que afluem em certas horas... Parece um desacordo entre as partes, companheiros de sempre, mas que trabalham em união como se reagissem para melhorarem o que pode ser bem melhor. Às vezes, provocam demasiado cansaço. Parece trabalhoso prosseguir para uma meta mais eficaz e concreta, mais bem definida, mais alinhada, mais estimulada para o objetivo final de seja aquilo que for neste extremo segundo em que nada se conhece e tudo é dolorosamente descabido, sem pensar, sem aparência nem uma única forma deslumbrante de anseios, sem motivo de apreciação, ou ainda, sem razão de ter de ser. 

Entretanto lembra-se de que é uma mudança... Ora, como todos as mudanças, algo tem de ficar para trás senão a bagagem fica demasiado pesada, então, alguém se liberta sem saber de quê! Porém fazem-se opções que são válidas para quem as aceita porque voltar atrás, pode não ser a escolha certa porque poderá ressurgir a visualização de um frasco fechado. 

                                                                                                                           G.L. 
                                  

O espelho

O espelho

Manifestamente, o espelho está ali,
Está de frente mostrando a imagem
Do que se pode ver diretamente. 

Por muito estranho que possa parecer
Está a parecer-me que nem sempre
Ele consegue ver tudo o que se deseja. 

Haverá alguma razão 
Que nos é naturalmente desconhecida? 

Existem as profundezas... 
E se escrevo apenas profundezas, 
Elas, no seu pensamento, aparecem indefinidas. 

Não se preocupe, 
Pois no meu também o são 
Porque não as entendo, 
Apenas as sinto como parte de um todo. 

                                                                     G.L.


segunda-feira, 22 de abril de 2019

Excerto_ A Árvore e o Pássaro, 2018

"Aquele que mais se desejou
e se reviu
na hora de sentir que assim é,
e assim será,
porque o voo é infinito
para quem quer que acredite!"

in (A Árvore e o Pássaro, 2018) - Graciete Leite

terça-feira, 16 de abril de 2019

Magnífica_Notre Dame

Magnífica

Magnifica e sombria,

Vi-te pela primeira vez.
Mas não me assustei.

Cautelosamente,
Entrei, sentei-me e observei-te.

Fortaleza formosa,
De resistência abrasadora!
Admirável pelo mundo aos teus pés...

Sublime e solene no tempo,
Furiosas chamas abalaram-te
E a fragilidade tomou conta de ti
Perante os olhares crentes e incrédulos,
Tombaste, deixando-nos a dor e tristeza!

                                                               G.L.

Espuma

Espuma
Espuma

Eleva-se,
Cai e adormece.
Entra e refresca-se no seu
E no meu, mundo ondulante!

Desmaia de tanta liberdade.
Prefere vestir-se de branco singelo e calmo,
Mas é confrontada com cores indesejáveis...

Nada e vibra, mas oscila entre alto e baixo.
Depende sempre da velocidade ondulante!
Jamais, desiste!

                                                                G.l.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Café DIÁRIO_Fontes de calor

Fontes de calor 

Fontes de calor manejam a certeza de novos desafios. É uma emboscada que parece desafiante e determinada em escoltar as redes de lançamento sem tréguas. Permita-se abrandar. Deixe de procurar o que já possui, aquilo que já é seu. 

Os espaços abertos procuram incansavelmente uma razão daquilo que parece ausentar-se antes de ainda estar pronto para se mostrar. É como quando as águas que estão a deslizar pela corrente de qualquer rio encontram um obstáculo... Ora, esse, ou terá de aguardar até que a força da corrente o vá desviando e girando, possivelmente criando contornos diferentes e com agilidade para que consiga soltar-se para avançar pela determinação escolhida do antes da sucessão de acontecimentos que deram origem a uma pausa causada sem qualquer aparente pretensão inicial nunca pensada... Ou, alguém lhe deita a mão e poderá sentir-se que vai haver algum esforço, todavia também pode ser com um simples gesto delicado, mas firme, e conseguir desviá-lo rapidamente da desconfortante situação de estagnação em que se encontra, e assim é quebrada e pode-se prosseguir de novo pela corrente abaixo.

O encontro com o calor que maneja as certezas pode ser inercio porque apenas pode ser e pouco, ou quase nada poderá fazer em certas circunstâncias. A facilidade nem sempre faz parte da ação, mesmo que se deseje que não seja dessa forma. Isso é claramente uma certeza que realça à vista ao longo do tempo. É ser-se um pouco visionário para determinadas soluções que parecem invisíveis a olho nu. Claro que há a maravilhosa diversidade de muitas projeções fluentes se alinharem com o que foi previsto, e tornam-se numa certeza evidente perante certos factos, mas esta certeza, nunca poderá ser definida como verdade absoluta. Os desafios rondam a cada segundo de vivências. O que está como certo, mais adiante pode não ser assim, e o mais desafiante nisto, é a alternância desta ingénua afirmação. Por exemplo, a "terra já foi olhada como redonda". Hoje, não é bem assim...

                                                                                                                                    G.L.


terça-feira, 9 de abril de 2019

Em desuso

Em desuso. Pintura acrílica
Pintura acrílica - Graciete Leite

Tudo moderno...
Cresceu a população. 
Mesmo querendo muito
Não o conseguem em pleno. 
Acreditam que é assim que se vive.
Que houve explosão diante do tempo.

Nasci numa tarde tranquila e acolhedora.
O meu nome é aquele que bem lhe parecer, 
Porque pertenço um pouco a todos os locais,
Estou sempre presente, rodeada de aldeias e ilhas
Para a infinidade permanente que está à minha frente. 

Mas vou continuar por descrever a ideia antecedente
Que tinha antes de ter chegado a este flash muito repentino...
Ouve-se: - Agora não se usa, está em desuso. Quem sou afinal?

                                                                                                                                  G.L.                                                                                        






Excerto_ "A Árvore e o Pássaro "

"Sobe à montanha de cristal,
e ensina-me o caminho
da purificação e da leveza central
que revejo nos meus sonhos mais leves,
mesmo carregados de poesia descodificada.

Nessa poesia despida de palavras,
quase simular
que desejavam sair
para escutar e alcançar
o espaço leal e fiel a si mesmo.

- As fases que se inventam?
Essas que se desculpam
de andar desorientadas,
acreditar em tudo o que foi ensinado
e que causam tormento
sem saber de onde chegam."

                                                              G.L.